segunda, 25 de novembro de 2024
Pesquisar
Close this search box.

Fim de ano e distanciamento social agravam depressão em idosos

Por recomendações da OMS (Organização Mundial da Saúde) e de médicos infectologistas, os idosos devem reforçar o isolamento social para evitar a contaminação pelo novo coronavírus. Afinal, pessoas com mais…

Por recomendações da OMS (Organização Mundial da Saúde) e de médicos infectologistas, os idosos devem reforçar o isolamento social para evitar a contaminação pelo novo coronavírus. Afinal, pessoas com mais de 60 anos e com comorbidades tendem a sofrer os efeitos mais graves da doença.

“O problema é que o idoso também é do grupo de risco de saúde mental”, diz Leandro Valiengo, psiquiatra do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo).

Mesmo fora do contexto da pandemia, essa população já enfrenta doenças causadas pelo envelhecimento, perda de parceiros e de amigos de longa data, além de lidar com questões psicológicas que envolvem a própria finitude.

Nos últimos meses, inseridas no isolamento social provocado pela pandemia, essas preocupações se tornaram mais urgentes.

“Os idosos estão enfrentando uma diminuição da interação social, que geralmente é maior nessa época do ano. Isso acaba agravando os sintomas de depressão e de ansiedade”, observa Valiengo.

O psiquiatra explica que a depressão no idoso costuma ser mais grave do que no resto da população. “São depressões mais crônicas, que duram mais tempo.”

Valiengo é coordenador de uma pesquisa que utiliza a estimulação magnética transcraniana (EMTr) para tratar depressão em idosos. É uma técnica não invasiva que utiliza campos magnéticos para estimular pequenas regiões do cérebro por indução eletromagnética.

“A estimulação magnética transcraniana pode ser uma boa alternativa de tratamento para quem não sente melhora mesmo com o uso de medicamentos”, explica Valiengo.

A depressão em idosos pode se manifestar de diversas formas que vão além dos sintomas típicos da doença, como a tristeza profunda e o desânimo. A falta de memória, por exemplo, é um indício que pode ser confundido com demência e dificultar o diagnóstico da doença.

Para minimizar os efeitos que a solidão pode provocar nesse período, especialmente para aqueles que estão distantes da família e dos amigos, Valiengo indica encontros virtuais, por meio de aplicativos, ou ligações telefônicas.

O médico, no entanto, ressalta que sintomas depressivos contínuos devem ser avaliados por profissionais da saúde mental, como psiquiatras e psicólogos.

Notícias relacionadas