Foto: Professor Paulo Custódio: um apaixonado pela Filosofia
Curso, que deve começar no próximo semestre, vai priorizar
formação crítica do cidadão
A Fundação Educacional de Fernandópolis dá início no próximo semestre a mais um curso recentemente aprovado pelo MEC: Filosofia. Na região, a FEF é a única faculdade que oferece o curso, depois de S. J. do Rio Preto, o que tem despertado o interesse de alunos de toda a noroeste paulista e até de outros estados.
A aprovação do curso veio em boa hora, já que a procura por filósofos vem aumentando recentemente, principalmente depois da aprovação de uma resolução pela Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação (CNE), que obriga a inclusão da Filosofia e da Sociologia como disciplinas obrigatórias nos currículos escolares do ensino médio no Brasil todo, a partir de 2007.
“Vão ser 23 mil escolas públicas e particulares do país em busca de professores para suprir essa demanda”, disse Paulo Custódio de Oliveira, professor doutor em Teoria da Literatura, especializado em Filosofia. O professor está no corpo docente do novo curso e lembra que além do ensino, a atuação do filósofo foi ampliada atualmente. “Hoje, muitos filósofos já atuam como consultores das áreas educacional, cultural e literária em ONG’s e Secretarias de Cultura”, esclarece.
Paulo Custódio também chama a atenção para a importância da Filosofia na formação do cidadão. Segundo o professor, a globalização desencadeou um processo de avanço da tecnocracia, no qual aprendemos a “fazer” sem pensar, promovendo uma evolução unidirecional. “Estamos aplicando o que deu certo em outros países, em outras culturas. Isso tem impedido o brasileiro de pensar de maneira inovadora, estamos acostumados e ter respostas prontas. Por meio da Filosofia, o indivíduo pode voltar às origens do conhecimento, e a partir dessa descoberta, começar a restaurar um processo evolutivo justo, que tem mais a ver com nossas características”, explica.
Ele lembra ainda, que como mãe de todas as ciências, a Filosofia estimula o pensamento crítico, que ajuda na compreensão dos sistemas políticos. Foi por isso que a disciplina foi abolida as escolas durante o regime militar e só agora volta ao currículo básico dos jovens, para que estes aprendam não só a fazer, mas a pensar no que estão fazendo.
