O GOE (Grupo de Operações Especiais) da Polícia Civil prendeu na manhã desta quarta-feira o pastor Maurílio Rodrigues, de 55 anos, acusado de cometer estupros frequentes contra a filha adotiva, dos 11 aos 16 anos.
O caso foi denunciado em 2017 em Adamantina, onde o acusado residia com a família. Após saber que havia sido decretada sua prisão, em outubro do ano passado, ele mudou para Araçatuba e estava escondido em uma casa alugada na rua Vicente de Carvalho, no bairro Umuarama.
A vida da jovem vítima do pastor foi marcada por sofrimentos. A reportagem do Regional Press apurou que a menina e os irmãos foram retirados judicialmente dos pais e levados para um abrigo no município de inúbia paulista. Um dos irmãos foi adotado pela família do pastor Maurílio, que residia em Adamantina. A menina e os outros irmãos foram adotados pelo casal que cuidava do abrigo.
Quando a menina tinha sete anos, ela fugiu da residência, onde afirmava que era agredida fisicamente pela mãe adotiva, e acabou indo parar em Adamantina na casa do pastor, que estava legalmente com um de seus irmãos biológicos. O pastor deu abrigo a garotinha e acabou conseguindo a guarda definitiva da menina.
No entanto, apesar de ter fugido de agressões físicas em busca de amparo de outra família, ela jamais imaginaria o que a esperava. Quando completou 11 anos começou a ser abusada pelo pastor, conforme o processo judicial. A menina relatou que era abusada quase que diariamente pelo acusado. A mãe adotiva saia para trabalhar e o pastor obrigava a menina a praticar sexo oral, além de ejacular sobre o órgão sexual da garota. Ele ameaçava a menina e dava socos e beliscões.
Com medo das ameaças, aguentou a violência calada dos 11 anos 16, já em 2017, quando o caso veio à tona com uma denúncia do Conselho Tutelar na Delegacia de Defesa da Mulher de Adamantina. O Conselho ficou sabendo do caso por meio de denúncia anônima. Há indícios de que a esposa do pastor sabia dos abusos cometidos por ele, inclusive uma das vítimas apresentou prints de conversa que deixam claros esses indícios.
Também consta do processo que uma irmã da adolescente vítima do pastor sabia dos abusos mas nunca teve coragem para denunciar. Em atendimento psicossocial a vítima confirmou os abusos e relatou que tinha conhecimento de que o pastor abusava de pelo menos mais duas meninas. Uma delas chegou a prestar depoimento na promotoria e confirmou ter sido vítima do pastor, e que os abusos teriam ocorrido dentro do carro dele e no escritório da Igreja Batista em Adamantina.
Diante dos fatos a menina, agora adolescente, teve de ser novamente afastada do convívio familiar e a Justiça também proibiu a visita do casal e também qualquer tipo de aproximação da menina.
A PRISÃO
O Cipol (Centro de Inteligência da Polícia Civil) descobriu que o pastor, procurado pela Justiça, estava escondido em Araçatuba. Com o endereço em mãos, policiais do GOE (Grupo de Operações Especiais) conseguiram mandado de busca e apreensão e foram até a casa do pastor.
Eles chegaram por volta das 6h e ninguém atendia aos chamados. O portão e uma das portas da casa tiveram de ser arrombados. O pastor foi encontrado no interior do imóvel e levado para a delegacia onde ficou à disposição da Justiça. No imóvel os policiais apreenderam um celular e um tablet.