domingo, 22 de setembro de 2024
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Festas de casamento usam fitinhas para liberar ou vetar abraços

Com o avanço da vacinação contra a Covid no país, os casamentos voltaram com força no segundo semestre deste ano. E alguns, com uma novidade: com uma fitinha colorida, os…

Com o avanço da vacinação contra a Covid no país, os casamentos voltaram com força no segundo semestre deste ano. E alguns, com uma novidade: com uma fitinha colorida, os convidados podem definir, pela cor, qual interação estão dispostos a ter na festa – um abraço ou apenas um “soquinho”.

“Nem todo mundo se conhece ou tem intimidade em uma festa grande, então a gente não queria que ninguém passasse o constrangimento de perguntar se podia dar um abraço, ou pior ainda, de ter que falar que não”, contou a arquiteta Raquel Cavalcante.

A festa de casamento da Raquel e do administrador João Vitor Domingos aconteceu no interior de São Paulo, no último sábado (16), para cerca de 200 convidados. Os noivos definiram laranja como a cor mais restritiva e azul como a mais permissiva. Na entrada da festa, os convidados escolhiam a cor e prendiam a fitinha na roupa.

“Igual a festa do farol, de quando a gente era adolescente. Essa é a festa do farol da pandemia”, brincou Raquel. Para quem não viveu este clássico das matinês dos anos 2000, na festa do farol, o sentido das cores tem outra função: uma pulseira verde indica que a pessoa está solteira, amarela que está enrolada e vermelha que é comprometida.

O sistema com três cores será usado no casamento da publicitária Fernanda Fujisawa com o bancário Bruno Matarazzo Lombardi, no dia 31 de outubro. A festa será em uma praia de Alagoas, e eles escolheram fitinhas do Senhor do Bonfim para que os convidados coloquem no pulso, indicando a interação que se sentem mais confortáveis.

“A vermelha é realmente vim aqui prestigiar mas não estou confortável, não me abraça, já o amarelo é estou médio confortável, me pergunta antes de me abraçar, e o azul é para quem já está bem estou aqui, vou curtir, contou a noiva. Fernanda trocou o verde pelo azul por ser a cor predominante da decoração da festa.

Além das fitinhas, Fernanda e Bruno também irão exigir o comprovante de vacinação e um teste do tipo PCR negativo para a Covid com no máximo 48 horas de antecedência.

Na festa da Raquel e do João, com as duas cores à disposição no último sábado, a maioria escolheu a azul.

“Eu tenho um amigo que estava com quatro fitinhas azuis. Ele queria muito um abraço de todo mundo que pudesse abraçar ele”, contou a noiva. Já a fitinha laranja foi mais escolhida pelos idosos e por mães de bebês – faixa etária que ainda não pode se imunizar contra a Covid.

Antes da festa, Raquel também criou um “vacinômetro” dos convidados, e atualizou semana a semana quem havia recebido a vacina. “Eu sou a doida da planilha. Na lista dos convidados, tinha uma coluna de quem tinha tomado a primeira e a segunda dose”. No dia da festa, a cobertura vacinal era de fazer inveja a muita cidade – 99% estavam com a primeira dose e 93% com a segunda.

A assessora do casamento de Raquel, Tathiana Frascino, disse que o setor voltou a ficar aquecido com o avanço da imunização. A profissional já está praticamente sem agenda para 2022.

Além das fitinhas, Tathiana contou que outras medidas de prevenção à Covid vêm sendo adotadas, como o mapeamento dos lugares nas mesas. A organização dos eventos busca colocar juntas as pessoas que já costumam conviver.

Segundo a profissional, a dinâmica dos eventos tem sido a seguinte: os convidados até chegam de máscara e ficam mais contidos durante a cerimônia, mas depois, com a animação das festas, o equipamento de proteção é deixado de lado.

No entanto, segundo Frascino, a principal marca do retorno dos casamentos têm sido a emoção dos noivos e convidados em poderem voltar a se reunir e celebrar os momentos importantes da vida. “É nítido que está todo mundo muito carente de festa”, contou a assessora.

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