sexta, 22 de novembro de 2024
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Fernandópolis não aguenta 20 minutos de chuva, que provoca estragos pela cidade

O pequeno temporal de quarta-feira em pouco tempo inundou diversas ruas do centro da cidade, obrigando alguns funcionários de uma grande loja instalada num dos pontos mais movimentados do comércio,…

O pequeno temporal de quarta-feira em pouco tempo inundou diversas ruas do centro da cidade, obrigando alguns funcionários de uma grande loja instalada num dos pontos mais movimentados do comércio, a arregaçarem as barras das calças e “lutarem” com um rodo contra a força da natureza.

Enquanto isso, a água invadia casas em diversos bairros do município.
Foi o que aconteceu na casa do ex-servidor público municipal Paulo Barbosa de Siqueira. Sua casa fica na Rua Cenafonte Cecato, no Jardim Rosa Amarela, na região oeste de Fernandópolis. O problema começou em agosto de 2011, quando a prefeitura asfaltou a rua. Acontece que não foram feitas as necessárias galerias de captação de águas pluviais, contrariando o que está expresso na Emenda à Lei Orgânica do Município nº 12, de 7 de outubro de 2009.

Essa emenda, que nasceu de um projeto do vereador André Pessuto, estabelece em seu parágrafo 3º o seguinte: “Fica proibida a execução de obras de pavimentação asfáltica de vias públicas antes da concretização das obras de galerias de captação de águas pluviais consideradas necessárias e imprescindíveis, conforme projeto de engenharia previamente elaborado para essa finalidade”.

Entretanto, o departamento de Obras ignorou o dispositivo legal e asfaltou a rua, localizada em trecho de grande declive. Com isso, as chuvas que caem nas pistas das ruas Paulino Ricardo de Paula e Adelpho Quaiotti formam uma grande enxurrada que deságua diretamente nas casas da rua Cenafonte Cecato.

“Aqui sempre foi desta maneira. Fiz essa casa no sufoco, pedi para fazerem a galeria, mas não fizeram e o resultado está aí, para todo mundo ver. Minha casa ficou muito abaixo da altura da rua e quando a água desce não tem nada para segurá-la, fazendo com que a água entre facilmente em casa”, contou o aposentado.

Ele precisou fazer uma espécie de barreira para que a força da água diminua e escoe por outros lados, evitando assim que entre em sua residência. Mesmo de maneira improvisada, a iniciativa, por enquanto, vai amenizando o problema, só que o proprietário do terreno ao lado não fez o mesmo e toda água que desce pela Paulino Ricardo de Paula e Adelpho Quaiotti invade o terreno e vai parar na casa dos fundos do área. Resultado: o muro já caiu três vezes.

“A casa ao lado já perdeu mais de três muros por causa da chuva. Eles erguem o muro e na primeira chuva ele cai”, disse Paulo. A vizinha não foi encontrada para comentar o assunto, porém os destroços do muro foram flagrados pela reportagem.

CÂMARA

Na sessão ordinária dessa semana, o vereador Gustavo Ruy Pinato apresentou um requerimento objetivando esclarecer quais providências a prefeitura de Fernandópolis está tomando com a finalidade de resolver os problemas de alagamento de residências situadas no cruzamento entre a Avenida Milton Terra Verdi e Rua Paraná.

O assunto foi intensamente discutido pelos vereadores e, no dia seguinte, quem não sabia entendeu o motivo. No endereço citado pelo vereador em seu requerimento, o CIDADÃO flagrou um motorista desesperado ao ver seu carro flutuando na enchente.

No mesmo instante a água invadia a casa de Aparecida de Fátima, moradora do local há mais de sete anos. “Quando mudei para cá eu não sabia que isto acontecia nessa rua. Um vizinho me alertou, mas só acreditei quando vi a água entrando em minha casa”, disse a moradora, que em outras enchentes chegou a perder móveis.

Perguntada sobre reclamações junto à prefeitura ou ações que o órgão já iniciou para sanar o problema a moradora é enfática em dizer que: “tivemos uma reposta que, em dois anos, o problema estaria resolvido, mas até o momento nada foi feito. A água já entrou várias vezes dentro da minha casa, ela até chega a voltar pelo ralo. Quando chove muito, a água ultrapassa o portão. Já pensei em vender, mas todos já sabem do problema aqui e ninguém se interessa em comprar”, disse assustada.

2 METROS DE ÁGUA

Um pouco mais abaixo, no cruzamento da Avenida Paulo Saravali com a Rua Pará, a água já atingiu diversas vezes, segundo os moradores, mais de dois metros de altura, o que está comprovado pelas marcas na parede. Na ocasião em questão ela chegou a aproximadamente 1,5 metros, podendo encobrir um automóvel.

Lisandra, moradora do local há pelo menos sete meses, disse à reportagem que a água nunca entrou em sua casa por conta da altura da residência ser relativamente maior que a altura da rua, por outro lado, o volume de água assusta. “Com certeza, a água passa de 1,5 metros de altura. Em muitas casas não é possível abrir o portão para entrar ou sair”, disse.

DEFESA CIVIL

Em entrevista ao CIDADÃO, o chefe da Defesa Civil de Fernandópolis, Flávio Coppi, afirmou que esse é um problema que se arrasta há décadas em Fernandópolis, mas que providências já estariam sendo tomadas para solucionar o dilema.

“A prefeitura realizou um estudo detalhado no local e elaborou um levantamento topográfico das sub-bacias. Sendo assim, foi realizado o projeto de macrodrenagem e encaminhado, este ano, ao Ministério das Cidades e Secretaria Nacional de Transporte e Mobilidade Urbana solicitando o investimento de mais de R$ 5 milhões para a rua Paraná, entre as Avenidas Milton Terra Verdi e Paulo Saravali e outros R$ 13 milhões para demais pontos da cidade”, explicou Coppi com o projeto em mãos.

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