Exatamente às 15:00:54 desta segunda-feira, 29 de outubro de 2007, Fernandópolis quebrou um recorde que certamente não será comemorado por ninguém, além dos governos federal e estadual. De acordo com medição instantânea da Federação das Associações Comerciais de São Paulo, a cidade alcançou exatamente neste horário a marca de R$ 50 milhões arrecadados em impostos. Um recorde que merece avaliação.
Para chegar à marca inédita, o IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário) e um grupo de entidades de classes, lideradas pela Facesp, utilizaram dados da Receita Federal, IBGE, Caixa Econômica Federal, Tribunal de Contas da União, Secretaria do Tesouro Nacional e da Prefeitura de Fernandópolis.
O “impostômetro” criado para medir o quanto cada cidadão paga de tributos em tudo o que consome está em um site com contadores para todas as comparações imagináveis. Por exemplo, que cada morador de Fernandópolis já pagou R$ 825 de impostos neste ano e que a cidade arrecadou R$ 120 mil somente nesta segunda. Isto significa R$ 5 mil por hora.
No mesmo horário, outros recordes eram quebrados. O país arrecadou até as 15:00:54 de ontem R$ 738,1 bilhões, ou seja, 11% a mais que a receita obtida na mesma data, em 2006. São Paulo chegou aos R$ 59,6 bilhões e o ICMS foi o campeão da receita, com R$ 148 bilhões em todo o país. Atrás dele, com pequena diferença na corrida arrecadatória, o Imposto de Renda chegou aos R$ 125,2 bi.
A CPMF, que o governo federal insiste em renovar com a mordida de 0,38% sobre toda a movimentação financeira do país, chegou junto com R$ 28,3 bilhões.
Em termos percentuais, os maiores contribuintes do país são os bebedores de cachaça e de cerveja. O preço final de uma garrafa de pinga contém amargos 86% de impostos. Em cada latinha de cerveja outros 56%. São percentuais recordistas mundiais, segundo a Facesp. Logo atrás deles, o guaraná de latinha carrega 47% de impostos e os inocentes iogurtes mais 24%.
Quando a dona-de-casa compra uma caixa de sabão em pó para lavar roupas, sem saber, ela está pagando 42,2% de impostos. Traduzindo: se a caixa de sabão custar R$ 5,00 significa que R$ 2,12 estão indo para os cofres do Estado e da União. Na construção de uma casa, o dono paga incríveis 36,6% de tributos sobre cada milheiro de tijolo comprado.
A lista completa com todos os impostos e o volume arrecadado podem ser encontrados no site
De Olho no Imposto