domingo, 10 de novembro de 2024
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Fernandopolenses tentam levar ambulante para o programa “Caldeirão do Huck”

A causa levantada por Cristina Teodoro Coelho, em 2007, agora ganhou o apoio de centenas de fernandopolenses. Comovida com a força de vontade e com a situação em que se…

A causa levantada por Cristina Teodoro Coelho, em 2007, agora ganhou o apoio de centenas de fernandopolenses. Comovida com a força de vontade e com a situação em que se encontra o carro, o único meio de vida de uma das figuras mais conhecidas de Fernandópolis, o Lua.

Para quem não o conhece, Lua, que na verdade se chama Carlos Roberto de Souza, é o ambulante que por mais de duas décadas vendeu coco e gairova na Avenida Expedicionários Brasileiros em frente a antiga casa dos Rolim.

Por conta de um desgaste no fêmur, ele se locomove hoje apenas de muletas e, com o carro fora de condições de trafegar, não pode mais realizar o trabalho que por tantos anos foi seu ganha-pão, pois não tem como chegar a avenida com suas mercadorias.

Vendo essa situação, Cristina que sempre foi cliente do Lua, enviou uma carta à Rede Globo de Televisão endereçada ao programa Caldeirão do Huck, mais em específico, ao quadro “Lata Velha” que realiza a reforma de veículos em péssimas condições.

“A primeira carta eu enviei em 2007 e de lá para cá tenho enviado todos os anos, só que, infelizmente, até agora não recebemos nenhuma resposta, até porque eles devem receber milhares de cartas também. Então, cadastrei a carta também na internet e postei no facebook pedindo o apoio da população na divulgação do pedido e depois minha irmã lançou uma pequena campanha que, graças a Deus, tem sido apoiada pela população”, disse Cristina.

A pequena campanha a qual ela se refere foi lançada na rede social por Myrian Teodoro, que lançou o seguinte texto:

“Amigos de Fernandópolis (…) vamos ajudar o Lua no Lata Velha do Luciano Huck. Para quem não conhece, ele fica na Av. Expedicionários vendendo palmito, ele está andando de muletas e parece que guarda esse carrinho na antiga casa do Rolim, porque não consegue mais carregar peso e o estado do carro mais a carretinha está lastimável. A Cristina Teodoro Coelho já enviou algumas cartas ao programa, mas ainda nada. Vamos compartilhar, quem sabe um filho de Deus, encaminha pro lugar certo”.

Se a campanha vai chegar aos ouvidos das pessoas responsáveis pelo quadro não se sabe, só que, se depender da mobilização dos fernandopolenses, ele já está no programa. Em uma semana, 857 pessoas compartilharam a campanha e outras 666 compartilharam uma secundária que nasceu a partir dela.

Veja a carta escrita por Cristina ao programa global:

“Meu nome é Cristina, gosto muito do seu programa, e gostaria de parabenizá-lo, pois seu programa é ímpar, principalmente o Lata Velha e o Lar doce Lar, onde vocês ajudam as pessoas que realmente precisam, motivo pelo qual resolvi enviar este e-mail.

Aqui na minha cidade, Fernandópolis-SP, tem um rapaz muito conhecido e que todos gostam muito, o nome dele é Carlos Roberto de Souza, e seu apelido é Lua, adquiriu esse apelido dado pelos seus clientes e amigos, porque tem o rosto redondo como uma lua.

Ele mora sozinho e é conhecido na cidade por vender côco e garirova (palmito amargo, algumas pessoas chamam de guariroba), na avenida mais movimentada da cidade há mais de quinze anos, e a noite costumava fazer shows (roda de samba) nas cidades vizinhas.

Este era o seu ganha pão. Não podendo exercer outro tipo de atividade, por ter um desgaste no fêmur devido a Osteoporose, Lua com seu Opala e uma carretinha, vendia seu material na festa mais tradicional de Fernandópolis, a Exposição Agro-pecuária realizada no mês de Maio. Mas agora ele não pode mais sair nem pra fazer shows e nem vender seu côco, pois o Opala está com muitos problemas e não sai mais da garagem de sua casa. A carretinha fica dia e noite na avenida tomando chuva e sol, seu côco e gariroba são colocados em uma casa que fica na avenida onde a dona, por sinal muito gentil, deixa-o guardar seus pertences para que no outro dia possa vender sem precisar de locomoção, pois sua casa fica aproximadamente a sete quilômetros da avenida, tendo que ir a pé com sua muleta.

Chegando na avenida, ele pega uma carriola e busca suas coisas na casa da vizinha, quando os vendedores entregam a mercadoria colocam na calçada, sendo toda organizada pelo Lua até que nós amigos chegamos para deliciar o côco gelado ou a gariroba cortadinha numa sacolinha com água e sal para ser cozida em casa, vale a pena você vir conferir as delícias do côco geladinho do Lua, este é o seu único ganha pão.

O Opala é ano 1978, a gasolina, placa – BLP 5237 e da cor Bege, tendo adquirido há quinze anos. Seu estado de conservação é precário, com muitas ferrugens, bancos quebrados, painel quebrado, a lataria toda desbotada, os pneus furados e carecas, o porta-malas está com buracos, e a única coisa que funciona é o motor. Quanto à carretinha, a mesma encontra-se enferrujada, com os pneus murchos e sem iluminação traseira.

No fim do dia ele deixa à calçada e a ruas limpas. A sua maior alegria é quando é chamado para fazer alguma roda de samba, pois é o que ele mais gosta de fazer. Toca percussão (pandeiro, surdo e tamborim), diz que “arranha” em cantar alguma música e é fã incondicional de Zeca Pagodinho.

Luciano o Lua precisa muito de sua ajuda, pois como mencionei, ele não pode andar muito, então peço sua colaboração, nós amigos do Lua também contamos com você.

Contudo, nós amigos do Lua tomamos a iniciativa de poder proporcionar junto ao seu programa uma vida mais digna ao nosso colega. Ficamos na expectativa positiva dele ser escolhido.

Um abraço”.

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