O vice-prefeito e secretário municipal de Obras, José Roberto Stopa (PV), tomou posse na Prefeitura de Cuiabá, nesta terça-feira (5), depois do afastamento do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) sob a acusação de integrar organização criminosa.
A cerimônia foi realizada pelo presidente da Câmara Municipal, Chico 2000, na Câmara de Vereadores de Cuiabá. Durante a posse, o vice-prefeito agradeceu a presença de vereadores e disse que priorizará a situação dos buracos na capital.
“Não me sinto confortável com a forma com que está acontecendo, mas a vida é feita de compromissos. Eu ficando um dia ou dois dias, já quero assumir o compromisso e uma das prioridades será buraco e limpeza da cidade”, disse.
Stopa ainda ressaltou que possui respeito pelo prefeito afastado e que irá se responsabilizar pela situação de intervenção da saúde do estado, centralizando as compras emergenciais.
“Certo ou errado, vou assumir as compras da saúde, principalmente as compras emergenciais, que acabam ficando na mão de algumas pessoas que podem cometer erros. Queremos saber o quanto se está comprando e pagando”, concluiu.
José Roberto Stopa nasceu em Fernandópolis, interior de São Paulo e chegou em Cuiabá em 1983, em que começou sua carreira dando aulas e atuando como diretor em escolas públicas.
Durante 8 meses, foi vereador de Cuiabá. Também foi superintendente do Arquivo Público do Estado, secretário municipal de Meio Ambiente, secretário-adjunto de Educação de Cuiabá e secretário de Serviços Urbanos em duas gestões na capital.
Afastamento de Emanuel Pinheiro (MDB)
Nessa segunda-feira (4), o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), foi afastado do cargo pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) sob a acusação de integrar organização criminosa.
Ele é investigado por suspeita de envolvimento em esquemas de desvio na Secretaria Municipal de Saúde, apontou o Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), nesta segunda-feira (4).
A decisão destacou quais foram as operações que investigaram fraudes na Secretaria de Saúde:
Operação Sangria – identificou rombo de aproximadamente R$ 2 milhões;
Operação Curare – apontou prejuízo de cerca de R$ 100 milhões;
Operação Capistrum – identificou um desvio de R$ 16 milhões;
Operação Palcoscenico – apontou fraude em torno de R$ 730 mil;
Operação Hypnos – encontrou desvio de R$ 3 milhões;
Operação Smartdog – identificou o desvio de R$ 5 milhões;
Operação Overpay – detectou desvio de R$ 25 milhões.
Segundo o relatório, todos os desvios totalizam cerca de R$ 1,2 bilhão, valor que foi confirmado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE).
Essa é a segunda vez que o prefeito é afastado. Em outubro de 2021, a Justiça determinou o afastamento de Emanuel Pinheiro após uma investigação constatar que ele estava envolvido em uma suposta organização criminosa, voltada para contratações irregulares de servidores temporários na Secretaria Municipal de Saúde.