Fernando Venâncio Carrasco, de 33 anos, foi condenado a um ano e quatro meses de prisão, em regime inicial aberto. Ele submeteu-se a julgamento plenário nesta manhã, acusado de praticar o crime de tentativa de homicídio, no dia 30 de julho de 2009, por volta das 20h40 na rua Vladimir Casagrande, em Votuporanga.
Agindo por vingança, efetuou disparo contra Everson Rodrigo Ramos da Silva, não consumando o homicídio por circunstâncias alheias à sua vontade. No laudo feito pela perícia, consta que a vítima teve lesões corporais graves. Portanto, o juiz Jorge Canil, reconheceu a materialidade e a autoria, afastando a absolvição, mas afirmando o privilégio, prejudicada a qualificadora.
No julgamento, Fernando foi a única pessoa ouvida, sendo que Everson já foi julgado e condenado anteriormente. De acordo com Fernando que está preso por tráfico de drogas, antes do fato os dois haviam se desentendido porque a “vítima” teria falado palavras de baixo calão para a mulher de Fernando. Dois anos depois, aconteceu o crime. Segundo Fernando, ele não teve a intenção de matar Everson mas de assustá-lo. “O revólver de calibre 22 que eu portava possuía sete munições, mas só efetuei um disparo para assustá-lo e me defender. Não queria matar”.
Ele justificou que possuía a arma porque o seu estabelecimento comercial ficava em um bairro perigoso, então seria uma forma de prevenção.
Para o promotor Eduardo Martins Boiati, a tentativa de homicídio ocorreu por motivo torpe. Apesar disso, o promotor ficou satisfeito com a sentença. “A sentença foi boa e justa. Não vou recorrer”.
De acordo com o advogado de defesa, Marcus Antônio Gianeze, o crime aconteceu por legítima defesa, já que Everson entrou dentro do estabelecimento comercial de Fernando e atirou. O tiro pegou de raspão na perna da esposa de Fernando – este que imediatamente pulou o balcão e pegou o revólver efetuando disparo para se proteger. Gianeze afirmou que não ficou satisfeito com a sentença. “Quase conseguimos a absolvição dele, mas vou recorrer”, finaliza.
Everson está preso em um manicômio penitenciário em Franco da Rocha onde cumprirá mais três anos. E Fernando estava preso em Juqueirópolis.
Paola Munhoz/Votunews