Após ser alvo de fake news que o acusam de incentivar a pedofilia, Felipe Neto, 32, diz que se surpreendeu ao descobrir que seu nome havia sido inscrito para receber o auxílio emergencial de R$ 600 concedidos pelo governo federal durante a pandemia do novo coronavírus.
O youtuber havia recebido duas parcelas do benefício: R$ 1.200. De acordo com a assessoria, Neto soube do depósito em sua conta apenas nesta sexta-feira (31), e já efetuou a devolução do dinheiro ao Ministério da Cidadania -a reportagem teve acesso ao comprovante do depósito.
“A assessoria de Felipe Neto esclarece que, por óbvio, o pedido de inclusão de tal benefício não foi feito pelo próprio ou por qualquer pessoa por ele autorizada, mas sim por um terceiro. Ainda não há conhecimento se a intenção era realizar algum tipo de fraude ou apenas mais uma tentativa de jogá-lo contra a opinião pública”, diz comunicado enviado pela assessoria.
A assessoria diz ainda que e equipe jurídica de Feline Neto “adotará todas as medidas necessárias e cabíveis para cancelar o cadastro e, caso tenha havido algum repasse, devolver imediatamente a quantia”. “Além disso, os advogados providenciarão, junto ao administrador do sistema, a identificação do responsável para que o mesmo responda judicialmente”, continua o comunicado.
OUTROS CASOS
Felipe Neto não foi o único artista a ter se nome inserido no cadastro do governo para receber o benefício. Atores, cantores e até um vencedor do Big Brother Brasil também passaram pelo mesmo problema. A maior parte, no entanto, afirma que nunca fez o pedido e teve os dados usados de forma fraudulenta.
Entre eles estão a cantora Manu Gavassi, 27, os atores Thammy Miranda, 37, e Theo Becker, 43, do humorista Batoré, 60, e do ex-BBB Cezar Lima, que ganhou R$ 1,5 milhão no programa em 2015. Dessas, apenas a solicitação feita em nome de Thammy foi rejeitada pelo governo.
Esse tipo de crime já tinha sido denunciado pelo jornalista William Bonner, 56, que afirmou em maio, que o CPF do filho, Vinícius Bonemer, 22, tinha sido usado também para pedido do auxílio. “Meu filho não pediu auxílio nenhum, não autorizou ninguém a fazer isso por ele. Mais uma fraude, obviamente”, disse ele.
De acordo com o Ministério da Cidadania, “o auxílio emergencial conta com um modelo de governança que tem desde seu início, o conceito de parcerias com órgãos de controle e fiscalização que auxiliam na transparência da iniciativa, como é o caso dos acordos de cooperação técnica firmados com a Controladoria-Geral da União (CGU) e com o Tribunal de Contas da União (TCU)”.
Ainda esclarece que “aqueles que, por algum motivo, estão tentando burlar a legislação que rege o auxílio emergencial estão sujeitos às penalidades descritas no art. 4º, da Portaria nº 351, de 7 de abril de 2020”.
E completa: “Qualquer indício de ilegalidade, em especial na ótica criminal, é imediatamente informado à Polícia Federal. A CGU e a Advocacia-Geral da União (AGU) também estão atuando na fiscalização e no ajuizamento de ações, respectivamente, em todo o processo de pagamento do auxílio emergencial. É determinação do governo do presidente Jair Bolsonaro não tolerar a ação de criminosos que queiram burlar as regras do auxílio emergencial”.