Poucos imaginavam que o Palmeiras terminaria 2018 com o título do Campeonato Brasileiro sob o comando de Luiz Felipe Scolari.
Quando foi contratado no fim de julho, o técnico foi bastante questionado pela falta de conquistas recentes no futebol nacional e com a imagem arranhada pelo 7 a 1 na semifinal da Copa do Mundo de 2014. Isso sem contar que seu grande trunfo eram os mata-matas, o que dificultaria a luta pela taça dos pontos corridos.
Mas a imagem de ‘ultrapassado’ ficou para trás com a grande campanha no Brasileirão. Administrando muito bem o elenco, Felipão quebrou o recorde de invencibilidade da competição – já são 22 jogos – e comemorou o decacampeonato neste domingo com uma rodada de antecedência.
Depois da vitória sobre o Vasco por 1 a 0, curiosamente no mesmo palco onde deixou o time em 2012, na sua segunda passagem, ele voltou a falar sobre a derrota para a Alemanha e negou ser ultrapassado.
“Quando terminamos o campeonato mundial, sabia que um resultado como aquele marca a vida do técnico, de uma seleção como a nossa. Sabemos que, no decorrer dos trabalhos realizados, a seleção que foi campeã em 2002 tem muito mais valor do que aquele resultado, que foi uma desclassificação. As pessoas pensam que aquilo vai ficar marcado para o resto da minha vida. Não vai ficar”, afirmou.
“Não sou ultrapassado. Não sou o melhor, não sou o pior, eu sou um bom técnico, tenho métodos iguais aos outros. Mas só que, quando vejo as pessoas comentando que o método de treinamento é ultrapassado. Primeiro lugar que desde que estou no Palmeiras ninguém assiste meus treinamentos. Mas eu fico ouvindo e deixo falar”, completou.
O título deste domingo mantém o ótimo aproveitamento de Felipão no Palmeiras. Nas três passagens pelo clube, ele deixou sua marca com conquistas: Copa do Brasil e Mercosul (98), Libertadores (99), Rio-São Paulo (2000), Copa do Brasil (2012) e Brasileirão (2018). Para 2019, a meta é de mais taças, e Felipão já avisou que a cobrança será maior.
“A gente tinha que ganhar alguma coisa. Tivemos três chances para ganhar e ganhamos só essa hoje. Eu falei para eles (jogadores): ‘Preparem-se porque a exigência será maior’. Não contratamos ninguém. Cheguei e esse era o time. Para o ano que vem, a exigência é maior”, disse.