Um inquérito do Ministério Público do Trabalho da Bahia (MPT-BA) revelou que um empresário do setor agropecuário do oeste do estado coagiu funcionários para que registrassem com o celular o voto no primeiro turno das eleições presidenciais. Aqueles que não escolheram o presidente Jair Bolsonaro (PL) foram demitidos, aponta o documento.
O assédio partiu de Adelar Eloi Lutz, dono de fazendas em Formosa do Rio Preto, a 756 km da capital Salvador. Há registro do crime eleitoral em gravações que circulam em aplicativos de mensagens.
Num dos trechos, é possível ouvir o fazendeiro estimulando funcionárias a usarem “celular no sutiã” para provar, por meio da gravação de um vídeo, que votaram em Bolsonaro.
“[Disse] se vira, entra com o celular no sutiã, que seja. Vai filmar, senão rua. Filmaram e provaram que votaram”, afirma o áudio.
Em outro trecho da gravação, o fazendeiro bolsonarista aparece dizendo que duas funcionárias foram recontratadas depois de garantir que votariam no seu candidato no segundo turno, marcado para 30 de outubro. Ele pede uma prova do compromisso.
“Hoje estão falando ‘eu vou votar no Bolsonaro agora’. [Eu disse] votem primeiro, prova e eu te dou serviço. Caso contrário, não”.
À Folha a advogada de Aledar negou as informações presentes no inquérito do MPT-BA e disse que vai apresentar sua defesa dentro do prazo determinado pelo órgão, que é de dois dias.