domingo, 17 de novembro de 2024
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Favoritos à corrida de São Silvestre chegam a São Paulo

Os atletas favoritos à conquista da tradicional Corrida Internacional de São Silvestre, que este ano completa 92 anos de existência, já estão em São Paulo. No início da tarde de…

Os atletas favoritos à conquista da tradicional Corrida Internacional de São Silvestre, que este ano completa 92 anos de existência, já estão em São Paulo. No início da tarde de hoje (29), os corredores deram entrevistas a jornalistas em um hotel na região da Avenida Paulista e falaram sobre as dificuldades da prova, que acontece na manhã de sábado (31), com largada do pelotão feminino às 8h40 e, do masculino, às 9h.

A queniana Jemima Sumgong, campeã da maratona nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, é uma das grandes favoritas da prova feminina. Jemina disse quer pretende sair vitoriosa novamente no país, mas admitiu que a São Silvestre é mais difícil para ela do que foi a maratona olímpica por causa da distância: a São Silvestre tem 15 quilômetros (km), mas Jemina prefere distâncias maiores, de menor velocidade, como a maratona, que tem 42km.

“Prefiro correr distâncias mais longas, então a São Silvestre será mais difícil para mim do que a Olimpíada”, disse a atleta.

A principal concorrente da queniana é a etíope Yimer Ayalew, que venceu a São Silvestre em 2008 e foi bicampeã da prova em 2014 e no ano passado.

Clima

A alta temperatura registrada nos últimos dias na cidade de São Paulo não preocupa tanto os atletas, mas a umidade pode ser um obstáculo, segundo o técnico e agente de atletas africanos Moacor Marconi, o Coquinho.

“O calor é prejudicial a todos, mas para os africanos, o que mais prejudica a eles não é o calor, é a umidade. Este é um problema seriíssimo porque lá a umidade é muito seca e baixa e aqui, quando sobe demais, isso reflete em qualquer atleta muscularmente, vai definhando”, explicou Coquinho, que tem em sua lista de atletas nomes como Dawit Admasu, da Etiópia, vencedor da São Silvestre em 2014.

“O calor este ano demorou um pouco mais para vir e, quando veio, veio com força total. Mas nós que somos atletas profissionais procuramos sempre fazer uma adaptação bacana para no dia chegar e não sofrer com isso. E hidratação é fundamental”, disse a atleta Joziane Cardoso, melhor brasileira na prova do ano passado, na quinta posição. “Procurei fazer um trabalho de força para não sofrer tanto na [Avenida] Brigadeiro que, dependendo da prova, define muita coisa. E o calor está geral, então procurei treinar mais cedo e fazer uma adaptação”, acrescentou.

Giovani dos Santos, melhor brasileiro no ano passado, também na quinta posição, disse que espera chegar melhor que os quenianos no sábado. “Treinei bem e estou treinado para enfrentar qualquer tipo de situação.”

Novo trajeto

Este ano, um trecho da prova foi alterado e os atletas passarão, por exemplo, pela região central da cidade, ao lado do Theatro Municipal.

Joziane disse ainda não saber direito qual será o novo trajeto. “É difícil porque a gente não vai no percurso, não costumamos fazer um reconhecimento. Para mim será novo porque eu não conheço aqui [São Paulo] também. Só vou saber mesmo no sábado quando a gente largar e começar a passar pelas ruas. Mas acho que melhorou porque no ano passado eu senti uns lugares meio ruins e falaram que tiraram esses trechos de muito sobe e desce e inclinado”, disse.

“Se tiver de fazer bem ou mal, vai fazer para todos os atletas. Não estou me preocupando com essa mudança de percurso. Estou mais preocupado em fazer uma boa prova e principalmente com a Brigadeiro, que é onde se pode decidir a prova”, disse Giovani dos Santos.

Já para Coquinho, o novo percurso vai ajudar os atletas. “Essa mudança ajudou. O percurso ficou mais rápido e foram retiradas curvas, que incomodavam”, avaliou.

Homenagem à Chapecoense

Caso suba novamente ao pódio, o atleta brasileiro pretende fazer uma homenagem à Chapecoense. “Neste ano em que tivemos uma perda muito grande com o fato que aconteceu com o time da Chape [que foi vítima de um acidente aéreo na Colômbia], queremos poder amenizar essa dor. Chegando vou fazer uma homenagem a eles. Eu que não era torcedor de nenhum clube, agora vou ser torcedor da Chape”, disse o corredor.

Giovani já subiu cinco vezes ao pódio na São Silvestre e espera repetir o feito este ano. O atleta vive um bom momento na carreira, com as conquistas da Volta Internacional da Pampulha e da Meia Maratona Internacional do Rio de Janeiro e de São Paulo. Mas tem um grande desafio pela frente: o último brasileiro a vencer a São Silvestre foi Marilson dos Santos, em 2010. Já a última brasileira a vencer a prova foi Lucélia Peres, em 2006.

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