Com camisetas estampadas com as palavras “justiça” e “saudade eterna”, e a foto de Morivaldo Pinto Moreira, o “Morinha”, a família do homem de 34 anos assassinado com golpes de faca no bairro Jabuticabeiras e que teve o corpo desovado em uma mata entre Votuporanga e Álvares Florence, aguarda pelo júri popular do acusado, preso desde o dia do crime. O julgamento de Rogério Souza de Almeida será realizado na próxima sexta-feira (18), a partir das 9h, no Fórum da Comarca.
Para os familiares da vítima, o julgamento em primeira instância do caso é tratado como o fechamento de um ciclo doloroso, iniciado com a morte em novembro do ano passado. A camiseta confeccionada para o dia do julgamento, segundo eles, é a manifestação da justiça aguardada no desfecho, no tribunal.
Morinha era o sétimo filho dos 10 de dona Maria Aparecida Moreira. Segundo ela, apesar de trabalhar como servente de pedreiro, o homem convivia com o vício em drogas, o qual tentou por várias vezes largar, mas não deixava de ser uma pessoa passiva e tranquila. Ele e o acusado, Rogério, eram amigos e o réu frequentava a casa da família.
Segundo os familiares, o crime aconteceu por motivo fútil e foi uma traição dessa amizade, e o desejo é de que se faça justiça. “É uma situação muito dolorosa. Uma ato que não dá para esquecer”, disse a mãe do homem assassinado, que diferente do restante da família, por problemas de saúde, não vai ao tribunal na sexta-feira. “não vou suportar”, disse dona Maria Aparecida.
O mesmo desejo de justiça é compartilhado por uma irmã de Morivaldo, Silene Pinto Moreira. Ela contou que o pensamento dos familiares é de que a “justiça de Deus será feita”, mas que a do homem também há de prevalecer. Para ela, o fato do irmão ter o corpo jogado em uma mata após o crime tornou o cenário mais doloroso. “A saudade é eterna. Por mais problema que nosso irmão podia ter, não merecia aquilo, ainda mais de alguém que se dizia amigo”, afirmou.
O CRIME
O Fórum da Comarca de Votuporanga julga no dia 18 de setembro, menos de um ano após o crime, Rogério Souza de Almeida. Ele é acusado de ter matado com golpes de faca, por conta de uma discussão de dívida de R$20, Morivaldo Pinto Moreira, no bairro Jabuticabeiras. Em seguida, teria desovado o corpo da vítima numa mata, em uma estrada rural entre Votuporanga e Álvares Florence.
O crime aconteceu em 9 de novembro de 2014. Consta no processo que o acusado alegou que a vítima, Morivaldo, conhecido por “Morinha”, lhe devia a quantia de R$20, e que no dia dos fatos o cobrou. Já outra versão aponta que Morivaldo teria se recusado a dividir uma porção de droga. Após ser assassinado, teve o corpo levado até uma mata fechada, próximo ao Córrego do Bonito, quase na divisa com Álvares Florence.
Na época, Rafael Clara, segundo tenente da Polícia Militar de Votuporanga, que foi quem comandou os trabalhos que resultaram na elucidação do caso, explicou como tudo aconteceu. Segundo ele, no dia do crime, surgiu a informação, por meio de uma ligação ao 190 da PM, indicando que em uma mata no bairro Jabuticabeiras, havia acontecido um assassinato. Rogério responde pelo crime em reclusão e não recorreu após ter sido pronunciado à júri popular.
Jociano Garofolo
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