Uma família de Votuporanga suspeita de erro médico durante e após a cirurgia bariátrica de uma vendedora de 40 anos, que ocorreu na última semana na Santa Casa. Segundo o irmão da paciente, ela teve infecção generalizada após o intestino ser perfurado na cirurgia. Ele também questiona que a mulher recebeu alta médica precoce, quando ainda sentia dores. O caso foi tornado público na sessão da Câmara na última quarta-feira (18), pelo vereador André Figueiredo.
Segundo Kléber Catelan, irmão da vendedora Marivalda Catelan, de 40 anos, ela foi submetida à cirurgia bariátrica, conhecida popularmente por “redução de estômago” na terça-feira (10). Após o procedimento comandado por um médico gastroenterologista, a mulher ficou internada no dia seguinte e teve alta na quinta-feira (12), pela manhã, sentindo pequenas dores.
No mesmo dia, segundo Kléber, ela começou a sentir incômodo que só aumentaram. “Na sexta-feira pela manhã, estourou o ponto do local onde foi feita a perfuração para a cirurgia”, disse. Ainda, segundo o relato do familiar, Marivalda foi levada novamente à Santa Casa onde foi submetida à cirurgia de emergência, e foi constatada infecção generalizada. “Desde a sexta passada ela está na UTI, combatendo infecção, entubada e sedada”.
Kléber Catelan disse que o outro médico, que fez a cirurgia de emergência, afirmou que o intestino na vendedora estava perfurado, mas por ética, não apontou que teria acontecido um erro médico. O irmão disse ainda que, no momento, a prioridade é a recuperação de Marivalda, mas cobra apuração do caso.
Ele contou que o médico entrou em contato no celular da paciente, via rede social (WhatsApp), informou que está fora do país, e que neste final de semana está de volta para assumir o caso. A reportagem entrou em contato com o consultório do médico, mas a ligação não foi atendida.
Críticas
Em seu discurso na tribuna, o vereador André Figueiredo disse que foi procurado por familiares da vítima que expuseram o caso, e teceu duras críticas contra o médico envolvido no caso.
“Foi uma falta de responsabilidade de um médico que faz parte do corpo clínico da Santa Casa liberar a paciente após a cirurgia sentindo dores”. Ele disse também que apenas pela intervenção de outros médicos, no procedimento de emergência, é que a mulher está com vida.
Nota informativa
A Santa Casa de Votuporanga informa que Marivalda Aparecida Catelan Lopes, de 40 anos, deu entrada no hospital no dia 10 de fevereiro de 2015, para a realização de uma cirurgia bariátrica. A paciente teve alta no dia 12 com orientações médicas. No dia 13, procurou o Serviço de Urgência e Emergência, por volta das 12 horas, em estado grave, sendo imediatamente atendida e internada na UTI (Unidade de Terapia Intensiva). A paciente continua em estado grave e o hospital tem prestado toda a assistência necessária. A instituição até o presente momento não registrou nenhuma reclamação por parte da família da paciente. Diante do questionamento feito pelo vereador, a Administração do hospital apresentou o caso a Ouvidoria.
Jociano Garofolo/A Cidade