Após a divulgação de perícia que afirma que a carta supostamente deixada por Odilaine Uglione foi escrita por outra pessoa, a família da mãe de Bernardo, assassinado aos 11 anos, espera que o documento reabra a investigação de suicídio da mulher. O advogado da família, Marlon Taborda, acredita que apenas uma ordem do Tribunal de Justiça (TJ-RS) será capaz de prosseguir com a apuração.
“Há um jogo de vaidades das autoridades da cidade”, afirma o representante da família Uglione, referindo-se à Polícia Civil e ao Ministério Público de Três Passos, onde Odilaine morreu. Taborda já pediu a reabertura do caso em novembro do ano passado, mas até agora o MP analisa o requerimento.
“O MP ainda não se manifestou sobre o pedido. Vamos reforçar as provas técnicas (para reabrir o caso) e clamar para que haja essa análise. Há graves constatações levantadas de forma técnica e cientifica”, argumenta o advogado. Ele acredita que, caso o MP dê uma resposta negativa à reabertura, apenas um recurso no TJ-RJ poderá ordenar diligências para apurar a morte da mãe de Bernardo.
Carta. Uma nova perícia foi contratada pela família de Odilaine. De acordo com peritos, a suposta carta suicida da enfermeira teria sido forjada, escrita por outra pessoa.
A família acredita que Odilaine foi assassinada pelo marido, Leandro Boldrini. Ele está preso há quase um ano, acusado pela morte do filho, achado morto em Frederico Westphalen, a cerca de 80 km de Três Passos, onde a família morava.
Também são acusados pela morte do menino de 11 anos a madrasta do garoto, Graciele Ugulini, e os irmãos Edelvânia Wirganovicz e Evandro Wirganovicz.
A morte de Odilaine foi considerada suicídio pela polícia. Mas, com o assassinato de Bernardo no ano passado e a prisão do pai como principal acusado, a família Uglione passou a desconfiar que ele também matou a mulher e forjou um suicídio.