sexta-feira, 20 de setembro de 2024
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Faltosos da vacina contra a Covid chegam a meio milhão na região

Quase um milhão de doses é o que deixou de ser aplicado na população da região de Rio Preto que não compareceu às unidades de Saúde para receberem o reforço…

Quase um milhão de doses é o que deixou de ser aplicado na população da região de Rio Preto que não compareceu às unidades de Saúde para receberem o reforço dos imunizantes contra a Covid-19. O maior número de faltosos refere-se ao grupo apto a receber a quarta dose. De 1.032.385 pessoas previstas na área do Departamento Regional de Saúde (DRS) 15, menos da metade (445.186, que representa 43%) completou o esquema vacinal. Os dados são do Vacinômetro, plataforma da Secretaria de Saúde do Governo do Estado de São Paulo que armazena os dados informados pela saúde de cada município.

Em Rio Preto, o índice é de 57%. Segundo Andreia Negri, gerente da Vigilância Epidemiológica, 208.171 doses deixaram de ser aplicadas em moradores da cidade, sendo 22.565 sobre a segunda aplicação, 115.723 sobre o primeiro reforço (3ª dose) e 69.883 sobre o segundo reforço (4ª dose). O número referente à quarta dose é menor que o da terceira porque o segundo reforço é aplicado somente em adultos maiores de 35 anos na cidade.

Negri diz que a estabilidade da pandemia e a queda no número de internações afastou as pessoas dos postos de vacinação, promovendo uma falsa sensação de segurança.

“Com o surgimento de uma nova onda recentemente, notamos que houve uma corrida aos postos de saúde para completar o esquema vacinal, mas ainda longe do ideal. Hoje temos que conviver com a Covid-19 como convivemos com outras doenças, como a gripe e o sarampo. Mas é importante lembrar que a vacinação continua sendo o melhor meio de prevenção da doença e, no caso de infecção, para evitar a evolução com gravidade”, diz.

Negri menciona que os casos mais recentes de óbitos em indivíduos abaixo dos 60 anos em Rio Preto ocorreram em dois tipos de públicos: pacientes com comorbidades e com doses em atraso.

“Para combater a leniência da população é preciso agir em várias frentes. A primeira e mais importante delas é investir em campanhas para combater a desinformação, trazendo histórias reais e números sobre a importância do controle da pandemia por meio da vacinação. A segunda é estender o horário de atendimento de forma fixa, e não apenas sazonal, para atender os trabalhadores. A terceira é ir até a população. Não simplesmente esperar que as pessoas compareçam aos postos de saúde. No caso das crianças, os agentes precisam estar nas escolas”, defende o infectologista Ricardo Gurgel.

Em entrevista recente ao Diário, Eleuses Paiva, nomeado secretário estadual de Saúde, afirmou que, além de ampliar o horário de vacinação, também planeja aumentar os endereços para aplicação. Nesta quarta-feira, 4, em entrevista ao Bom Dia São Paulo, o médico afirmou ser defensor da vacina. “É a melhor ferramenta custo-benefício quando pensamos em prevenção. Mais do que obrigar a população a se vacinar, precisamos convencê-la dos benefícios”, disse.

Parisi se destaca
Entre as cidades com melhor índice de cobertura vacinal do DRS 15, Parisi se destaca com apenas 38% de público faltoso.

Segundo a enfermeira Bruna Gregio Domingues, porta-voz da Secretaria de Saúde do município, o bom índice se deve à busca ativa dos Agentes Comunitários de Saúde e equipe do Programa de Saúde da Família. “Vacinação porta a porta, liberação de transporte, horário estendido de vacinação, agendamentos e contatos telefônicos e notificações aos faltosos foram as estratégias adotadas para imunizar a população”, escreveu.

As cidades com o maior percentual de faltosos em relação à 4ª dose são Novais (83%), Marapoama (70%) e Elisiário (68%).

Vacina atrasada
Vacinação no Departamento Regional de Saúde (DRS), que inclui 102 municípios*

Doses aplicadas: 4.497.947
95,2% da população da região já tomou ao menos uma dose da vacina
Doses por sexo

Feminino: 2.391.242
Masculino: 2.106.705

Doses por vacina

Pfizer: 1.418.054
Coronavac: 1.376.946
Astrazeneca: 1.322.368
Janssen: 316.186
Pfizer pediátrica: 62.317
Pfizer baby: 2.076
Faltosos

2ª dose

Total previsto: 1.508.735
Total aplicada: 1.449.879
Faltosos: 58.856 pessoas ainda não tomaram a segunda dose

3ª dose

Total previsto: 1.364.775
Total aplicada: 1.033.902
Faltosos: 330.873 pessoas ainda não tomaram a terceira dose

4ª dose

Total previsto: 1.032.385
Total aplicada: 445.186
Faltosos: 587.199 pessoas ainda não tomaram a quarta dose
976.928 doses de vacina não foram aplicadas porque os pacientes não retornaram aos postinhos

Cidades com maior percentual de faltosos em relação à 4ª dose

Novais: 83,46%
Marapoama: 70,26%
Elisiário: 68,87%
Potirendaba: 66,28%
Magda: 65,31%

Cidades com menor percentual de faltosos em relação à 4ª dose

Parisi: 38,42%
Monções: 42,01%
Turmalina: 44,08%
Mira Estrela: 44,46%
Adolfo: 44,61%
*Dados não incluem Severínia e Olímpia, que passaram a fazer parte do DRS de Rio Preto no ano passado

Vacinação anual para prioritários
O Ministério da Saúde aprovou nesta semana uma resolução para incorporar a vacinação contra a Covid-19 ao calendário do Programa Nacional de Imunizações (PNI). A ideia é aplicar doses de reforço anuais em todos os mesmos grupos prioritários para a gripe, como idosos, profissionais da saúde e imunocomprometidos.

A decisão foi aprovada pela Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização e prevê a utilização da vacina bivalente desenvolvida pela Pfizer com eficácia comprovada contra a variante Ômicron original e a cepa BA1 do coronavírus. O imunizante foi aprovado em novembro pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o primeiro lote, com quantidade suficiente para 1,4 milhão de aplicações, chegou ao Brasil no início de dezembro.

“Até o momento, a efetividade da vacina ainda protege contra doenças graves, mas precisamos fazer essa proteção contra os grupos prioritários”, afirma Ethel Maciel, recém-nomeada secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente. Ela explica ainda que o Ministério da Saúde continua a monitorar o surgimento de novas cepas da Covid e fará qualquer alteração que se torne necessária.

Na última sexta-feira, 30, o Ministério da Saúde fechou um contrato complementar com a Pfizer que prevê a entrega de 50 milhões de doses adicionais das vacinas contra a Covid.

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