A saúde oral influencia em todo o corpo humano, e se, em 1900, desconfiava-se que determinadas patologias bucais tinham consequências em diversos órgãos humanos, hoje em dia estas suspeitas têm fundamentação científica. Ricardo Faria Almeida, dentista da Associação Best Quality Dental Centers (BQDC), alerta para a influência que uma má saúde oral pode ter na saúde cardiovascular.
O especialista destaca a endocardite bacteriana, doença sistêmica que afeta as válvulas cardíacas, causada por bacteriemia transitória, uma vez que, segundo explica, “os pacientes que já sofrem determinada patologia cardíaca e que não cuidam da sua saúde oral apresentam elevado risco de desenvolver endocardites bacterianas, por contaminação de bactérias através do sangue. Ainda assim o que vem merecendo maior destaque ultimamente não é a situação aguda em si porque pode ser revertida, mas a influência que a perpetuação de infecções e inflamações crônicas na cavidade oral pode ter no desenvolvimento da doença inflamatória crônica, com a chamada ativação endotelial vascular.”
Contudo, existem também vários estudos que encontram uma forte associação entre a doença periodontal e doenças cardiovasculares em geral, por causa dos “níveis de marcadores pró-inflamatórios, reconhecidos indicadores de risco para as Doenças Cardiovasculares”, principalmente na doença coronária, “onde já se observou, em amostragem, um aumento de 25% no risco de doença coronária em pacientes com periodontite”.
O especialista da BQDC esclarece ainda que “é necessário estar atento às doenças cardiovasculares mas estas não são as únicas que possuem relação com problemas orais, podendo ainda ocorrer outros problemas tais como a Diabetes Mellitus, partos prematuros, bebês com baixo peso no nascimento entre outras”.
E conclui: “O corpo humano é um todo e a saúde deve ser entendida como a necessidade de cuidar esse todo, não somente dos órgãos vitais. Devemos por isso, e no que à saúde oral diz respeito, consultar o dentista não com o objectivo exclusivo de tratar mas também de prevenir e evitar a necessidade de tratamento, porque se o fizermos evitamos seguramente males maiores, quer sejam cardiovasculares ou outros”.