O antigo embate entre a EVTC, responsável pelo transporte coletivo interbairros em Votuporanga e o Expresso Itamarati, responsável pelo transporte suburbano (entre cidades da região) está deixando passageiros na mão. Um processo movido pela EVTC desde 1999, teve mais um capítulo deflagrado, desta vez em seu favor, na última terça-feira, dia 18 com a publicação no Diário Oficial do Estado, de uma determinação da juíza da 4.ª Vara Cível Daniela Camberlingo. Com a determinação, os ônibus da Empresa Expresso Itamarati estão proibidos de embarcar e desembarcar passageiros dentro do perímetro urbano, sob pena de multa de R$ 5 mil por dia.
Mesmo sendo responsáveis por serviços totalmente distintos – um interbairros e outro suburbano – os ônibus da Itamarati foram impedidos de trazer e embarcar passageiros dentro do município, onde até anteontem, o ponto de embarque e desembarque era mantido na Rua São Paulo, em frente à Praça da Matriz, a Fernando Costa, próximo ao terminal da EVTC no centro da cidade. Com a aplicação imediata da ordem, a Itamarati deixou de embarcar passageiros, já na manhã de anteontem, quando muitos, sendo a maioria trabalhadores, sem saber da mudança acabou perdendo o ônibus para as cidades da região.
Uma dessas pessoas, que não quis divulgar sua identidade, foi justamente surpreendida quando esperava o ônibus das 6h10, de terça no ponto da Itamarati no centro para ir trabalhar em Meridiano. Ela conta que poucos minutos antes do horário em que o ônibus deveria chegar, o guichê da empresa foi aberto (mais cedo que o normal) por uma funcionária que avisou aos passageiros sobre a mudança. A funcionária do Expresso disse que o ônibus teria que ser tomado a partir de então, exclusivamente no terminal rodoviário ou na marginal Nasser Marão, próximo ao Truck Galego.
“Todo mundo ficou revoltado. Quem tinha o dinheiro da passagem acabou pegando um ônibus da EVTC para ir até a rodoviária, quem não tinha e teve de ir a pé até o novo lugar onde o ônibus passa, com certeza perdeu. Eu mesma tive que pedir ao motorista da EVTC para me deixar perto do Truck Galego porque o ônibus da Itamarati já estava lá. Foi um transtorno”, reclama a trabalhadora que depende do transporte para fora do município.
No retorno, novamente a trabalhadora disse que os passageiros foram deixados na marginal de onde tiveram que vir a pé até próximo ao centro, onde mora. “Eles querem nos obrigar a pagar uma passagem que custa quase o mesmo tanto do ônibus interurbano para trazer a gente da rodoviária até aqui no centro. Isso é um absurdo, não é assim em cidades muito maiores, por que tem que ser em Votuporanga?”, protestou a trabalhadora.