O rompimento da caixa de descarga de uma caldeira de vapor, de alta pressão, pode ter sido a causa da morte do operário Elias Pereira da Silva, 31, de Fernandópolis. O acidente aconteceu na última sexta-feira, 28 de dezembro, em uma unidade de manipulação de subprodutos de bovinos do Grupo Mozaquatro, distante cerca de 3 quilômetros da área urbana da cidade.
Silva, que trabalhava na empresa havia oito anos, teria sido atingido no abdome e no peito pelo vapor da caldeira e por um bloco de concreto. Desacordado, o operário foi encontrado por outros funcionários quinze minutos depois da explosão, a quatro metros da chave de descarga. Ele foi socorrido por colegas do setor e levado a Santa Casa de Fernandópolis com queimaduras de primeiro e segundo graus em 60% do corpo.
A irmã da vítima, Aparecida Pereira da Costa, afirma que houve negligência por parte da empresa e pelo médico Mauro Albuquerque, que atendeu a vítima no Pronto Socorro. “Ele foi internado no dia do acidente e deram pouca atenção para ele”, disse. Familiares acusam o médico e o hospital de retardarem o encaminhamento de Elias ao Hospital Padre Albino, de Catanduva, especializado em queimados.
Aparecida afirma também que existem testemunhas de que Elias avisou chefes da calderaria de que o equipamento tinha problemas e que poderia acontecer um acidente. Ele estudava desde novembro num curso de especialização em caldeiras, numa escola em Rio Preto.
O diretor de Recursos Humanos do Grupo, Pedro de Toledo, não quis dar entrevista, mas negou a informação. O empresário Alfeu Mozaquatro é aguardado na cidade para acompanhar o caso.
Elias ficou internado em um quarto do hospital até a tarde do dia 1º de janeiro. Após uma complicação no quadro clínico ele foi levado a UTI (Unidade de Terapia Intensiva), onde morreu nesta quarta-feira.
Ele era casado, tinha dois filhos e sua esposa está grávida de cinco meses.
O médico Mauro Albuquerque não foi encontrado para falar do caso. A Santa Casa deve se manifestar ainda nesta semana.
Postado em 03/01/2008 – 10h37min
