Joachim Löw, da Alemanha, e Óscar Tabárez, do Uruguai, são os técnicos que estão há mais tempo no comando de suas seleções para a Copa do Mundo na Rússia.
Ambos assumiram as suas equipes em 2006 e estão até hoje. São os treinadores mais longevos à frente de uma seleção classificada para a disputa. No lado oposto está Fernando Hierro, que foi anunciado na última quarta-feira como novo técnico da Espanha após a demissão de Julen Lopetegui. Tem três dias no cargo.
Claro que apenas a experiência não garante vitória, mas os casos de Uruguai e Alemanha mostram um projeto de longo prazo de suas federações. Joachim Löw, por exemplo, era auxiliar de Jurgen Klinsmann na Copa do Mundo de 2006 e assumiu o posto logo após o torneio. Desde então, levou o time a ser campeão do mundo em 2014 e ganhou a Copa das Confederações no ano passado.
Aos 58 anos, Joachim Löw vai para o seu terceiro Mundial como técnico e sabe que entra como um dos favoritos ao título. O caminho ele já conhece, até pela ótima campanha que fez na edição anterior. E, mesmo vitorioso e com experiência, ele destaca que, em uma Copa do Mundo, qualquer resultado pode acontecer.
Joachim Löw ficou surpreso com a saída repentina de Julen Lopetegui na Espanha, demitido após esconder da Real Federação Espanhol de Futebol (RFEF, na sigla em espanhol) que havia acertado com o Real Madrid semanas depois de renovar com a entidade até 2020, mas garante que isso não tira a força do adversário. “Os jogadores da Espanha sabem como jogar e não acredito que vão perder o bom nível e sua categoria”, explicou.
Outro veterano na Rússia é Óscar Tabárez, o mais velho de todos. Ele esteve nas duas últimas Copas com o Uruguai e ainda comandou a seleção celeste no Mundial em 1990. Aos 71 anos, experiente, ele promoveu uma renovação no futebol de seu país, ajudando a melhorar a formação de atletas, e agora colhe os frutos com uma equipe renovada principalmente no meio.
Óscar Tabárez faz parte do grupo de 17 profissionais que já têm uma participação em Copa no currículo, seja como técnico ou jogador. Hernán Darío “Bolillo” Gómez, por exemplo, vai para seu terceiro Mundial no comando de uma seleção. Em 1998, esteve à frente da Colômbia. Em 2002, liderou o Equador. E agora vai tentar fazer o Panamá passar de fase em sua estreia na Copa.
Do alto de sua experiência, Bolillo passa muitos conselhos aos seus comandados que pisarão pela primeira vez em um gramado.
TITE – Tite se encaminha para quebrar um paradigma na seleção brasileira. Em uma equipe de histórico de pouca manutenção de comandantes do ciclo de uma Copa a outra, o atual treinador é o favorito a bater o recorde de permanência no cargo, pois deve renovar contrato depois do Mundial da Rússia e assegurar a continuidade pelo menos até a Copa no Catar, em 2022.
Se isso se confirmar, serão seis anos de Tite no comando. O treinador mais longevo na história da seleção é Flávio Costa, que ficou no comando por mais de cinco anos, entre janeiro de 1945 até a derrota na final da Copa do Mundo de 1950, em julho daquele ano. Somente Zagallo conseguiu dirigir o Brasil por duas competições consecutivas (1970 e 1974) da Fifa, feito que pode ser repetido por Tite.
A exemplo da cultura existente nos clubes do futebol nacional, a seleção não costuma ter paciência com tropeços de treinadores. Geralmente a permanência dura até somente a próxima edição. Quem não ganha, perde o emprego. Simples assim. Já quem vence a disputa opta por encerrar o trabalho em alta, evitar o desgaste e procurar outros desafios na carreira.
Os dois últimos campeões mundiais pelo Brasil, Carlos Alberto Parreira (1994) e Luiz Felipe Scolari (2002), fizeram isso logo depois de garantir o título. Ambos, no entanto, tiveram nova passagem pelo cargo anos depois e acabaram vítimas do sistema de rotatividade de treinadores, ao saírem após fracassarem na tentativa de busca do hexa. A continuidade de Tite na seleção é bastante provável. O contrato atual termina depois do Mundial, porém há um entendimento prévio para prolongar a passagem do técnico.