A expansão da internet 4G no país não vai começar antes de 2017. Apesar da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) ter realizado o segundo leilão desta tecnologia nesta terça-feira (30), as regras do próprio edital adiam essa implantação.
De acordo com a agência, a medida que posterga o início do serviço foi tomada para dar segurança ao processo. A frequência usada para o novo trafego de internet 4G (na faixa de 700 MHz) ainda hoje é ocupada pelas emissoras de TV. É por meio dela que se transmite a programação da TV aberta.
As chamadas “faixas de frequência” funcionam como grandes avenidas, por onde trafegam as informações. Porém, os canais analógicos deixarão de existir, dando espaço aos canais digitais -com mais qualidade de som e imagem. Nessa mudança, as TVs desocuparão a faixa de 700 MHz, migrando para outra mais baixa (470 MHz a 697 MHz). Para que isso seja feito, o Ministério das Comunicações elaborou um calendário para o desligamento dos canais analógicos e início oficial da TV digital.
O cronograma determina que isso seja feito gradualmente, município por município. Assim evitando que o processo seja feito de uma vez só no país todo, reduzindo também a possibilidade de falhas e dando mais tempo para para a adaptação do novo modelo e realização de testes. Já a expansão da internet 4G, segundo determinação da Anatel, só poderá ser iniciada em cada município brasileiro um ano após o desligamento dos canais analógicos.
LIMPEZA DA FAIXA
Apesar da reclamação das teles (que queriam implantar o sistema imediatamente depois de desligadas as TVs) o governo avaliou que será necessário fazer uma limpeza na faixa e prepará-la para receber a nova tecnologia. Para o governo, casos de interferência entre os dois serviços -TV e internet- podem ser minimizados com a adoção desta fórmula.
As teles vencedoras no leilão de 4G -Claro, Tim, Vivo e Algar- pagarão, juntas, R$ 2,7 bilhões para mitigar esses defeitos. O governo entrará com mais R$ 900 milhões, dinheiro que foi retirado da própria arrecadação do leilão, que, após o desconto, passou de R$ 5,8 bilhões para R$ 4,9 bilhões.