O delegado Sebastião Biazi declarou que aguarda o resultado de um exame de sangue para decidir qual será a forma de indiciamento do motorista que causou um trágico acidente na rodovia Jarbas de Moraes (SP-561) no último domingo.
A batida envolveu três carros e matou três pessoas de uma mesma família, deixando outras duas pessoas em estado grave e três com ferimentos leves.
“Dentro de 30 a 40 dias depois do exame de sangue, eu vou decidir se instauro um inquérito por homicídio culposo (acidente de trânsito com vítima fatal) ou se instauro também no artigo 306 do Código Penal, que é embriaguês ao volante, no qual o motorista assumiu a intenção de matar. Quem vai me dar a resposta é o exame de sangue”, disse.
Segundo o policial, o motorista foi submetido ao teste do etilômetro, apelidado de bafômetro, que constatou que ele havia ingerido bebida alcoólica antes de dirigir e provocar o acidente. Porém, a quantidade não era suficiente para que ele seja preso em flagrante.
“Estivemos na Santa Casa e, apesar de uma fratura exposta no joelho esquerdo, ele estava consciente e conversou conosco. Ele disse que teria tentado desviar de um motocicleta que estava na sua frente. Primeiro ele consentiu na coleta de material sanguíneo e depois passou por exame etilômetro, que registrou 0,16 gramas de álcool por litro de sangue. Até esse nível, o motorista não é enquadrado na Lei Penal. Ele ingeriu bebida alcoólica, mas não está alcoolizado”.
Em entrevista à rádio Assunção, o delegado ressalvou que o exame de sangue, que pode demorar até 30 dias, é que vai definir a quantidade de álcool que o motorista tinha ingerido. “O exame mais técnico que eu tinha no momento era o bafômetro. Os policiais rodoviários fizeram esse exame e o resultado foi 0,16 gramas por litro de sangue. O exame de sangue é diferente, mais preciso”, lembrou.
Biazi explicou que com níveis de álcool abaixo de 0,33, (como no acidente em Santa Albertina) o motorista que for flagrado pela polícia dirigindo sofre apenas as sanções previstas na Infração Administrativa e nem é levado ao Plantão Policial. “Ele é multado, a CNH é recolhida por cinco dias, mas para ele ser preso e punido penalmente com reclusão de um a três anos, precisa estar com níveis acima de 0,33 gramas de álcool por litro de sangue”.
Ultrapassagem causou acidente que matou três e feriu seis
O choque frontal entre um Volkswagen Gol e um Fiat Uno (com placas de Jales) acontecido por volta de 18h30 do último domingo na rodovia Jarbas de Morais (SP-561), que liga Jales (SP) a Santa Albertina (SP) deixou seis pessoas feridas, duas com gravidade. Morreram Francisca Claudete Pondian, 52 anos (motorista), sua mãe Ana Pondian, de 72 anos, e Gilson Camilo, de 42 anos. Todos estavam no Volkswagen Gol e iam de Jales para Santa Albertina, onde iriam visitar amigos.
O carro da família foi atingido frontalmente por um Fiat Uno que vinha de Santa Albertina, onde estava sendo realizada uma festa de peão e uma cavalgada. Nele estavam o motorista José Carlos Favre, 47 anos, e seu passageiro Mauro Adriano Berengue, 37 anos. Ambos sofreram ferimentos graves e até a última quarta-feira, 09, permaneciam internados na Santa Casa de Jales. Uma terceira pessoa que também estaria no carro sofreu ferimentos leves.
Um Ford Fiesta com placas de Paranapuã, que vinha logo atrás, não conseguiu frear e também se envolveu no acidente. Seus três ocupantes sofreram apenas ferimentos leves, foram atendidos e liberados.
A Tribuna