sexta, 15 de novembro de 2024
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Ex-secretário da Prefeitura assumirá FEF nesta sexta-feira

Foi confirmado ontem (11), o nome do novo administrador judicial da Fundação Educacional de Fernandópolis. Trata-se do ex-secretário de Gestão da Prefeitura, Fábio Ricardo Rodrigues Fernandes. Ele substituirá Titosi Uehara,…

Foi confirmado ontem (11), o nome do novo administrador judicial da Fundação Educacional de Fernandópolis. Trata-se do ex-secretário de Gestão da Prefeitura, Fábio Ricardo Rodrigues Fernandes. Ele substituirá Titosi Uehara, que permaneceu 11 meses no comando da FEF.

DEPOIS DE 11 MESES

O empresário Titosi Uehara, diretor administrativo do Grupo Arakaki durante 50 anos, foi nomeado pela Justiça como administrador judicial da FEF há exatos 11 meses. Titosi se apresentou à Funda-ção Educacional nomeado pelo juiz Evandro Pelarin.

Como o próprio Titosi salientou à época, “não foi um convite, foi uma ‘intimação’ para que assumisse o cargo”. Mas ele não administrou sozinho a Fundação durante todo esse tempo, teve ao seu lado um “time forte” para “colocar o bonde nos trilhos”: os advogados José Poli e Antonio Carlos Cantarela, e o contabilista e bancá- rio aposentado, Antonio Batista.

Amanhã de manhã, na FEF, Titosi, Poli e Cantarella deixarão suas funções para que Fábio Fernandes assuma a área administrativa da instituição. Antonio Batista permanecerá por mais dois meses auxiliando o novo “interventor”.

MENSAGEM DE DESPEDIDA

Acompanhe a declaração exclusiva de Titosi Uehara concedida na tarde de ontem ao “Extra.net”.

“Para nós foi uma satisfação poder prestar esse serviço a Fernandópolis, na Fundação em especial. Viemos para cá com a missão de fazer um levantamento sobre as possíveis irregularidades nas bolsas de estudo, mais precisamente da Escola da Família, porque havia uma denúncia na Polícia Federal sobre irregularidades na concessão dessas bolsas. Levantamos bolsa por bolsa, aluno por aluno, toda a vida deles na faculdade, não constatamos nada. Tinha 1750 bolsas, verificamos uma por uma e comunicamos o fato à Polícia Federal, ao Ministério Público e à Secretaria da Educação para que não fossem cortadas as verbas destinadas à Fundação. Pensando que já estava terminada a nossa missão, resolvemos aprofundar um pouco mais nas investigações, principalmente na área contábil, foi aí que nos deparamos com diversas irregularidades, não vou relatar uma por uma porque foi apurado e encaminhamos ao Ministério Público e à Polícia Federal e cabe a eles dar o destino e a decisão que a Justiça achar por bem. Então deixo a eles para que transmitam à Imprensa a decisão que está sendo tomada, sei que existem vários Inquéritos, alguns deles já, inclusive, com decisão da Justiça, mas infelizmente foi o que aconteceu aqui dentro, fatos como hoje acontecem na Lava Jato, aconteceram aqui também. Encaminhamos à Justiça e estamos lutando para viabilizar a FEF economicamente. Nós temos dívidas muito elevadas, dívidas trabalhistas e tributárias. A tributária estamos trabalhando junto à Receita Federal no sentido de conseguirmos o parcelamento, e está bem adiantado o estudo. Quanto à dívida trabalhista, que também é elevadíssima e consome mais de R$ 400 mil por mês da Fundação, estamos negociando com a Justiça do Trabalho e viabilizando uma adjudicação do imóvel para poder pagar essa dívida e livrar pelo menos parcialmente esse dinheiro que sai daqui mensalmente, hoje, mais de R$ 400 mil. Equalizando esses dois itens, a Fundação tem condição de caminhar, condição de ter uma sobrevida. Então, daqui para frente, o que mais necessita é a parte administrativa, por isso, procuramos indicar um administrador, uma pessoa correta, uma pessoa com experiência administrativa, esperamos que ele dê sequência ao trabalho, e temos certeza que vai dar e a FEF poderá continuar prestando esse serviço que presta até hoje, com ensino de boa qualidade, tanto é que de todos os cursos nossos avaliados pelo MEC (Ministério da Educação) mais de 90% receberam conceito 4, num ranking que vai de 1 a 5. Nós fomos avaliados pela Editora Abril, no Guia do Estudante, com 11 cursos de excelente qualidade. Recebemos também o ‘Selo Instituição Socialmente Responsável’, conferido pela Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES). São essas coisas que valorizam a FEF. Infelizmente, na área administrativa é que houve esse desmando todo, mas na área acadêmica está tudo redondinho, muito bem conduzido. Nessa passagem nossa, por esses 11 meses que aqui estivemos, enfrentamos muitas dificuldades, principalmente financeiras, atrasamos salários, mas todos os funcionários e todos os professores se mantiveram coesos com a gente, nunca ouvimos a palavra Greve aqui dentro, todo mundo hipotecando apoio para gente, e assim conseguimos trazer a FEF até aqui. Hoje, estamos com salários em dia, de funcionários e professores. Todos os impostos gerados durante esses 11 meses que aqui estivemos, pagamos tudo também. Fornecedores de quem nós compramos nesse período também honramos os pagamentos. Com apoio dos professores e funcionários, que muitas vezes faltava comida em suas mesas porque nós não tínhamos dinheiro para pagar seus salários. Mas, felizmente chegamos até aqui, a FEF está caminhando, tem ainda um longo caminho a percorrer e tenho certeza que o novo administrador saberá conduzir muito bem e vamos viabilizar a FEF. Como disse quando cheguei: vamos colocar o bonde nos trilhos. Hoje, o bonde está nos trilhos, mas ainda precisa de um bom maquinista, com capacidade suficiente para conduzir esse bonde”.

João Leonel-O Extra.net

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