O brigadeiro José Carlos Pereira, ex-presidente da Infraero, reiterou hoje as acusações que fez à diretora da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) Denise Abreu. Segundo ele, a diretora demonstrava ter interesse em favorecer amigos empresários para a transferência do departamento de cargas do aeroporto de Congonhas (zona sul de São Paulo) para os aeroportos de Viracopos (Campinas) e Ribeirão Preto.
Segundo o brigadeiro, só até o primeiro semestre deste ano houve um faturamento da Infraero de R$ 250 milhões apenas com o setor de cargas dos aeroportos. Ele ressaltou que o aeroporto estadual de Ribeirão Preto, embora internacionalizado, não teria condições de receber o departamento de cargas.
“Existe um interesse enorme em levar a carga para Ribeirão Preto e Viracopos. Hoje o aeroporto de Ribeirão Preto não tem condições de absolutamente nada. Existem problemas ambientais gravíssimos. A pista pode ser ampliada, mas a cabeceira ficaria no mesmo lugar”, disse o brigadeiro, que presta depoimento na CPI do Apagão do Senado ao lado de Denise Abreu ambos estão sentados na mesma mesa.
Segundo Pereira, Denise Abreu defendeu as mudanças apesar das dificuldades técnicas de adaptação da medida. A diretora foi autorizada a intervir, informando que o aeroporto de Ribeirão Preto foi habilitado ao tráfego internacional, em 2002. Ela leu um documento atribuído ao então comandante da Aeronáutica Carlos de Almeida Batista.
Segundo a diretora, a habilitação de internacionalização é concedida com a “finalidade de certificar” os aeroportos para que possam operar com vôos internacionais. De acordo com ela, as denúncias são não procedem. “[A informação] é caluniosa”, afirmou ela, referindo-se à informação de que tentou beneficiar amigos empresários.
