quinta, 26 de dezembro de 2024
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Evolução ou Mutação?

A conversa entre nós girava em torno da avalanche “nética e celulárica” que hoje consome, válida ou vadiamente, a quase totalidade de nosso tempo e mentes, e cujas maiores “vítimas”…

A conversa entre nós girava em torno da avalanche “nética e celulárica” que hoje consome, válida ou vadiamente, a quase totalidade de nosso tempo e mentes, e cujas maiores “vítimas” seriam as crianças e jovens e, por tabela, a Civilização.

O assunto me fez lembrar de um filme que assisti na minha juventude; não me lembro do título e atores; era de ficção científica, bobinho, por sinal. O enredo era sobre uma máquina (ainda não havia computador…) inventada por um cientista meio “Prof. Pardal”, a qual, através de uma tipo de capacete, transmitia ao cérebro de quem o vestia milhões de informações, escolhidas e inseridas no invento pré-PC.

Como em toda história, havia o bandido: – o ajudante do inventor, apaixonado pela jovem assistente, a mocinha do filme, e não era correspondido, pois ela gostava do inventor, o mocinho. O vilão, enciumado e ofendido, apodera-se da máquina e começa a se “encher” de conhecimento (inclusive sua cabeça vai crescendo…); com isso, começa a ter “poderes” e passa a fazer “miséria” com todos, e quase mata o cientista e a bela.

Aí, quando está prestes a eliminá-los, acontece o fato que me marcou pela mensagem(?): – o bandidão torna-se bom!, liberta-os e morre; os “pombinhos” destroem a máquina…-The End!

Moral (pretendida) da história: o Conhecimento adquirido foi tão grande que se transformou em Sabedoria e ele ficou “bonzinho”, mas seu corpo e cérebro não resistiram à mudança.

Ah! naquela época de raras invenções e poucas “aquisições”, como a imaginação se expandia, correndo à solta; ao lermos um livro, “gibi” ou um filme deste tipo, nosso quarto se transformava num pequeno universo pois, ali, “surgiam” valentes personagens vencendo batalhas e superando incríveis desafios. Vivíamos imersos em vontades e devaneios de descobertas maravilhosas, viagens fantásticas e conquistas heroicas.

Mudaram os tempos ou mudamos nós?

A geração da aventura e da imaginação está sendo substituída pelo conhecimento concreto e “enquadrado”, seja pela tela de tv ou de um computador, ou da telinha de um celular; se volta mais para a simples acumulação de conhecimento que, sem ser temperado com o doce sabor da ilusão e dos vôos de nosso pensamento, se torna menos humano e pouco humanístico.

Parece que hoje talvez até saibamos mais, mas somos menos.

Há mais informações/conhecimento, porém pouca Sabedoria.

Evolução é o processo natural de mudanças, cujo Mestre é o Tempo; já, Mutação, é a mudança anormal, sem a força Tempo e as mãos da Natureza, gerando, muitas vezes, involuções e caricaturas ao invés de criaturas.

Espero estar errado e que, esses quase lamentos, sejam apenas sensações nostálgicas de um Tempo, que a seu tempo, foi válido, rico e verdadeiro em suas fantasias.

Hoje há um “mundo aberto” de tecnicismo e de livros fechados, aliados a telinhas “on” e mentes “off”. Assim, cabe-nos ter vontade e ações para que, como no filme bobinho citado, possamos “evoluir” para Sabedoria parte dos conhecimentos informáticos, zápicos, “feicicos” e vazios desta geração.

Jesiel Bruzadelli Macedo
Jesielbruzadelli@gmail.com

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