domingo, 24 de novembro de 2024
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Estudo pode comprovar eficácia da Dapaglifozina contra a Covid-19

O Centro Integrado de Pesquisa (CIP) do Hospital de Base participa de estudo que pode comprovar eficácia de medicamento em pacientes com a Covid-19. O medicamento é o Dapaglifozina, usado…

O Centro Integrado de Pesquisa (CIP) do Hospital de Base participa de estudo que pode comprovar eficácia de medicamento em pacientes com a Covid-19. O medicamento é o Dapaglifozina, usado até então em casos de diabetes e insuficiência cardíaca.

“Nosso objetivo é comprovar que a Dapaglifozina pode atuar como agente protetor do coração e dos rins, evitando ou minimizando os danos a estes órgãos em pacientes infectados com o coronavírus”, explica a cardiologista Lilia Nigro Maia, diretora do CIP do Hospital de Base e investigadora principal neste estudo.

O estudo começou em junho de 2020 por iniciativa do cardiologista Mikhail Kosiborod, do Saint Luke’s Mid-America Heart Institute, de Kansas City, nos Estados Unidos, e recrutou doentes com covid-19 voluntários do Brasil, Estados Unidos, Inglaterra, Canadá e Índia.

Os pesquisadores pretendem concluir o estudo até dezembro próximo para submeter a aprovação do uso do medicamento aos órgãos governamentais reguladores, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), do Brasil, o FDA (Food and Drug Administration), dos Estados Unidos, e a European Medicines Agency (EMA), da União Europeia.

A Dapagliflozina age diretamente nos rins inibindo uma proteína que é responsável pela reabsorção de glicose para o sangue (SGLT2-cotransportador de sódio e glicose tipo 2). Quando o SGLT2 é inibido, a glicose em excesso não retorna para a circulação sanguínea e é removida do corpo pela urina, consequentemente, ocorre uma redução dos níveis de açúcar no sangue. Por isso foi lançado em 2015 para diabéticos.

No ano passado, no entanto, médicos comprovaram também a eficácia da Dapaglifozina em reduzir o risco de insuficiência cardíaca, trabalho cuja apresentação contou com a presença da Dra. Lilia e foi aplaudida por especialistas de todo o mundo no Congresso Europeu de Cardiologia.

Agora, a dapaglifozina está prestes a ser indicada para doentes da covid-19, como esperam os médicos envolvidos no estudo que, no Brasil, tem como médico coordenador o cardiologista Otavio Berwanger, do Hospital Albert Einstein, e conta com a participação de 12 instituições de saúde, envolvendo 187 pacientes.

O CIP do Hospital de Base de Rio Preto concentra 53 dos 187 pacientes, ou seja, 28% do total, sendo a instituição que mais recrutou voluntários no país.

Como requisitos para participar do estudo, o paciente deve ser avaliado como de risco moderado, estar internado em enfermaria ao menos há quatro dias, sem o uso de oxigênio ou dependente de pequena quantidade (cinco litros de oxigênio por minuto) e que possua ao menos um fator de risco para o coração ou rim. Durante o estudo, os pacientes podem estar internados ou ter recebido alta hospitalar, sendo acompanhados em casa.

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