Durante o período de pandemia o primeiro indígena a cursar medicina, Dyakalo Foratu Matipu, da etnia Matipu realizou palestras na na Aldeia Nova Matipu, para desmentir as fakes news que chegaram às tribos do Alto do Xingu em Mato Grosso.
Segundo ele as vacinas ainda não foram distribuídas na sua comunidade e muitos estão com medo por causa dos boatos. “Eu quero ajudar o meu povo para que não sejam mais manipulados pelas fakes News. Eu sei como funciona a medicina e a ciência, portanto posso explicar na linguagem materna (dialeto indígena), como é a produção da vacina e a importância da imunização”.
Em 2019, Farato, como gosta de ser chamado, passou em primeiro lugar para o curso de medicina no vestibular realizado na aldeia Kuikuro, (MT). Eram seis vagas para medicina, cinco para odontologia e duas para medicina veterinária. Hoje está cursando o terceiro semestre na Universidade Brasil, em Fernandópolis (São Paulo).
Segundo o universitário entre as, 119 pessoas, que moram na tribo aproximadamente 40 já foram contaminadas. Não houve nenhum óbito. “Falaram para o meu povo que quem foi infectado pelo Coronavírus não precisa tomar a vacina. Que o povo indígena está sendo feito de cobaia. Teve aldeias que já receberam as doses e os caciques proibiram a comunidade de fazer a vacinação. Eles têm medo de tomar a vacina e virar jacaré. Eu queria fazer palestra em cada aldeia, porém, não tenho como me locomover para outros lugares”.
De acordo com o boletim epidemiológico do ministério da saúde e da secretaria de saúde indígena (SESAI), atualizado no dia 25/02. Na região do Xingu, existem 132 casos suspeitos, 1.021 casos confirmados, 913 casos descartados, 277 infectados, 711 recuperados e 16 óbitos.