Uma estudante de 20 anos “viralizou” na internet ao compartilhar um perrengue que passou para não se atrasar para uma festa. Ao g1, Nicole Leslie contou, nesta quarta-feira (14), que precisou assumir o volante de um carro de aplicativo após o motorista ter sido parado em uma blitz e reprovado no teste do bafômetro – ele havia ingerido bebida alcoólica. “A policial perguntou se alguma de nós era habilitada e eu disse que sim”
A moradora de Santos, no litoral de São Paulo, estava com mais duas amigas em um evento estudantil em Americana, no interior do estado. O trio decidiu ir a uma festa universitária em Nova Odessa, cidade vizinha, na noite do último sábado (10).
“A policial explicou que ele teria duas opções: refazer o teste [do bafômetro] com outro aparelho e, se desse positivo, seria preso, ou negar refazer o teste e receber uma multa. Ele não poderia sair dirigindo o carro”, contou Nicole. “Ela perguntou se alguma de nós era habilitada e eu disse que sim”.
O vídeo em questão “viralizou” na internet e, até a publicação desta reportagem, tinha mais de 200 mil visualizações no TikTok.
Ao g1, a Uber informou, por meio de nota, que lamenta o ocorrido e informa que este tipo de comportamento configura uma violação ao Código de Conduta da Comunidade do aplicativo. “A conta do motorista foi desativada da plataforma enquanto aguardamos pelas investigações”, diz a nota.
A corrida
Nicole lembrou que, inicialmente, não suspeitou que o motorista estivesse alcoolizado. “Entramos no carro e, aparentemente, estava tudo normal”, comentou a estudante. “O motorista só estava quieto, mas até aí tudo bem. Tem gente que prefere não conversar”.
A estudante disse que começou a estranhar o comportamento do condutor quando ele quis mudar o percurso para não pagar o pedágio. “Ele errou o caminho. Entrou numa outra saída dizendo que conhecia um caminho por dentro”. A situação, segundo ela, fez com que ficassem assustadas.
“Estava de noite e a estrada começou a ficar estranha, sem iluminação e só com mato dos lados. Ficamos com medo achando que seríamos sequestradas”.
A estudante explicou que, de imediato, insistiu para que o motorista voltasse para o trajeto designado pelo aplicativo, porém, o condutor reforçou que “conhecia um caminho”. “Ele só aceitou seguir o GPS no segundo retorno que apareceu, depois de eu ser levemente grossa com ele”.
Pedágio e bliz
Foi o momento em que o motorista pegou o retorno e passou no pedágio, que custou aproximadamente R$ 10. “O caminho mandava fazer um retorno lá na frente e voltar pelo pedágio que, pra minha surpresa, também cobrava na outra direção. Ele pagou e foi parado na blitz da PM”.
De acordo com a jovem, ao ser solicitado para fazer o teste do bafômetro, o homem perguntou aos agentes se realmente era necessário, uma vez que estava trabalhando. “Já achei estranho”, acrescentou Nicole.
“Ele soprou algumas vezes, mas estava fraco. Quando soprou o suficiente, acendeu uma luz vermelha”, lembrou. “A policial mandou ele encostar o carro na frente da viatura e explicou que tinha dado que ele estava embriagado”.
Segundo Nicole, a policial perguntou se alguma passageira era habilitada e ela confirmou. “Fiz o teste do bafômetro por desencargo e estava liberado”, contou. “Dirigi até o destino e fomos para a festa”.
Por fim, ela relatou que, pela alteração na rota, a corrida passou de R$ 14 para R$ 54. O valor, porém, foi devolvido pela Uber dois dias depois.