segunda-feira, 23 de setembro de 2024
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Estado é acionado por família separada após ritual de candomblé

A deputada Leci Brandão, do PCdoB, enviou um ofício para a Secretaria de Justiça e Cidadania do Estado de São Paulo, pedindo que a pasta apure os acontecimentos envolvendo uma…

A deputada Leci Brandão, do PCdoB, enviou um ofício para a Secretaria de Justiça e Cidadania do Estado de São Paulo, pedindo que a pasta apure os acontecimentos envolvendo uma família de Araçatuba, onde a mãe perdeu a guarda da filha, de 12 anos, após a criança participar de um ritual de candomblé.

O caso aconteceu no mês passado e a história ganhou repercussão nacional e mobilizou diversas organizações antirracistas e de defesa da liberdade religiosa.

Após as denúncias, policiais militares e conselheiros tutelares foram até o terreiro e ouviram da menina que ela não estava sofrendo qualquer tipo de abuso, mas sim participando de um ritual, que inclui a raspagem do cabelo de novos adeptos.

Mesmo assim, a criança e a mãe foram levadas para a delegacia e só foram liberadas após exame de corpo de delito ser feito no IML (Instituto Médico Legal) da cidade. Nenhum tipo de hematoma ou sinais de agressão foram constatados.​ Cinco dias depois, após o caso ir parar na Promotoria, a mãe perdeu a guarda da filha. Ela foi entregue a parentes, que são católicos.

De acordo com a mãe da criança, Kate Ana Belintani, ela foi perseguida pelo Conselho Tutelar da cidade.

“Não entendo o motivo de Conselho Tutelar estar me perseguindo. O contato foi feito todas as vezes por telefone e durante as ligações o conselheiro tinha um tom ríspido ele literalmente mandava eu entregar minha filha. Eu já estava cansada de receber 10, 20 ligações do Conselho. Nunca vieram no portão ouvir o que eu tinha a dizer. Se quer fui chamada para me defender. Sem mais nem menos e num tempo relâmpago tiraram minha filha. Agora eu só consigo falar com ela por telefone. Não é a mesma coisa, quero minha filha de volta. Eu amo minha menina”, afirma.

A hipótese de preconceito religioso foi levantada pela defesa da mãe, pelo fato de que a raspagem dos cabelos é um ritual tradicional do candomblé e que simboliza o renascimento.

Quem assumiu a defesa da mãe é o advogado Hédio Silva Junior, que é doutor e mestre em Direito e advogado das Religiões Afro-brasileiras no STF, o Supremo Tribunal Federal​. ​Ele também foi Secretário de Justiça do Governo do Estado de São Paulo.

​A reportagem do sbtinterior.com entrou em contato com o Conselho Tutelar de Araçatuba e também com o Tribunal de Justiça de São Paulo e a resposta é que o caso está em segredo de Justiça, porque envolve uma menor de idade, e nenhuma informação pode ser divulgada.

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