Para tentar atender a demanda de internações por Covid em todo Estado, o governo paulista irá abrir 338 novos leitos para tratamento da doença, sendo que 167 serão leitos de UTI e outros 171 de enfermarias. O anúncio foi feito nesta quarta-feira (10) pelo governo do Estado de São Paulo. Esse é a terceira vez em menos de duas semanas que o governo faz abertura de novos leitos para tratamento de Covid em todo o Estado.
O governador João Doria aproveitou a coletiva desta quarta (10) para cobrar o Ministério da Saúde pelo descumprimento do custeamento de leitos em São Paulo. Na semana passada, a ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que o governo federal voltasse a custear leitos de UTI Covid para os estados de São Paulo, Maranhão e Bahia.
“O Ministério da Saúde só tem 13% dos leitos habilitados, quando deveria ser 100%. Veja que nível chegamos, o Ministério da Saúde não obedeceu a determinação do Supremo Tribunal Federal para os estados de São Paulo, Maranhão e Bahia”, disse Doria.
Apesar do anuncio da abertura dos novos leitos, não houve detalhamento para quais municípios esses leitos devem ser destinados. O sistema hospitalar de todo Estado enfrente a pior fase da pandemia. Desde o início desta semana, 32 hospitais paulistas colapsaram e deixaram de atender pacientes Covid-19. No domingo (7) o Hospital de Base de Rio Preto teve 100% dos leitos Covid ocupados. Por conta do colapso, o HB chegou a negar mais de 30 atendimentos a pacientes de Rio Preto e da região.
Medidas restritivas
Com relação ao aumento das medidas restritivas para o combate aos aumentos de caso de Covid e diminuição da circular do vírus, o governo paulista não anunciou nenhuma mudança. Havia uma expectativa de que o estado passasse da atual fase vermelha para uma possível fase roxa do Plano São Paulo, restringindo a circulação de pessoas. Era previsto que o governador anunciasse, por exemplo, o fechamento de igrejas para proibir a aglomeração em celebrações religiosas, além da suspensão do Campeonato Paulista de Futebol.
Embora o anúncio não tenha sido feito nesta quarta-feira (10), o coordenador do Centro de Contingência da Covid-19, Paulo Menezes, admite que não está descartada a adoção de medidas mais restritivas. “Estamos discutindo a necessidade de novas medidas mais restritivas. Tudo indica que será necessário porque nós estamos acompanhando o crescimento constante tanto de internação, quanto de casos de óbitos”, completou Menezes.