O Estado de São Paulo já identificou 25 casos de pacientes contaminados pela variante brasileira do coronavírus, chamada de P1. Desses, 16 são autóctones, ou seja, de pessoas que não viajaram ao Amazonas (onde a nova cepa teve origem no país) ou tiveram contato com quem veio do estado.
As declarações foram dadas pelo secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn, ao Bom dia São Paulo, da TV Globo, na manhã desta segunda (15).
Segundo ele, após um novo sequenciamento genético, o Instituto Adolfo Lutz descartou que pacientes de Araraquara (277 km de SP) tenham sido contaminados pela variante do coronavírus oriunda do Reino Unido. O instituto identificou, no entanto, que a cidade soma 12 pessoas infectadas pela variante amazônica. Os casos são todos autóctones.
“Agora pela manhã, por coincidência, a pesquisadora Ester Sabino [do Instituto de Medicina Tropical da USP] nos comunicou que das três cepas que haviam sido colocadas como cepas britânicas, elas foram resequenciadas e afastou-se a possibilidade da cepa britânica. Porém, se aumentou as estatísticas. Nós tínhamos oito casos em Araraquara para a cepa P1, que era do Amazonas, e elas passaram a consagrar como 12 cepas. Portanto, mais quatro cepas da P1”, disse o secretário, durante a entrevista.
O prefeito de Araraquara decretou lockdown na última sexta-feira (12) após a detecção de infectados pelas variantes amazônica e britânica (que foi descartada) na cidade, que já está na fase vermelha do Plano São Paulo, quando só atividades essenciais —como supermercados, farmácias e postos de combustíveis, por exemplo— têm autorização para funcionar.
Além dos 12 casos de Araraquara, o estado identificou outros três infectados autóctones em Jaú (297 km de SP), na região de Bauru, e um na capital paulista.
Há ainda outros oito casos de pessoas vindas da região do Amazonas na cidade de São Paulo, segundo Gorinchteyn, e um paciente de Águas de Lindóia que teve contato com uma pessoa vinda de Manaus.
O secretário chamou atenção para o potencial de infecção dessa nova cepa, que é mais agressivo que o do vírus comum, e mostrou-se preocupado com o possível compromentimento de pacientes jovens e sem comorbidades.
Uma reunião está marcada para esta segunda com pesquisadores e representantes do Centro de Contingenciamento do Coronavírus para definir medidas de controle da nova cepa no estado.
O secretário afirmou que se houver uma alta de casos em razão da nova variante, serão tomadas pontualmente medidas locais para contenção da circulação do vírus.