A Espanha espantou a zebra e o “fantasma” da Copa de 2014 ao conquistar uma suada vitória sobre o Irã por 1 a 0, nesta quarta-feira, em Kazan.
Um gol de Diego Costa, com a ajuda da defesa iraniana, manteve os campeões mundiais de 2010 na briga pela classificação e pela primeira posição do Grupo B da Copa do Mundo da Rússia.
O gol veio no início da segunda etapa, após boa dose de sofrimento e frustração no primeiro tempo, diante da retranca do rival. Depois de abrir vantagem, a Espanha ainda precisou superar sustos em sua defesa. O limitado Irã chegou a marcar o gol de empate, devidamente anulado, por impedimento.
O primeiro triunfo espanhol em solo russo afastou o risco de queda precoce na Copa, como aconteceu há quatro anos, no Brasil. E também deixou a chave embolada. Espanha e Portugal estão empatados em praticamente todos os quesitos, ambos com quatro pontos. Os espanhóis ocupam o primeiro lugar por conta do número de cartões amarelos. O Irã é o terceiro, com três, e o Marrocos, já eliminado, segue sem pontuar.
A Espanha encerrará sua participação no Grupo B, em busca da classificação, contra o Marrocos na próxima segunda-feira, em Kaliningrado. O Irã vai duelar com Portugal no mesmo dia, em Saransk.
O JOGO – Depois do empate com Portugal na estreia, a Espanha entrou em campo com uma formação mais ofensiva nesta quarta. Fernando Hierro trocou Koke por Lucas Vázquez. E fez um ajuste na defesa ao devolver Carvajal, poupado na estreia por estar se recuperando de lesão, para a lateral direita.
Hierro sabia que sua seleção iria encarar uma retranca complicada em Kazan. E a Espanha precisou de poucos segundos em campo para perceber que o Irã iria se defender com até seis jogadores na primeira linha defensiva. E que teria até 11 jogadores atrás da linha da bola.
O resultado foi um duelo franco entre ataque e defesa, em que o Irã levou a melhor durante todo o primeiro tempo ao congestionar sua área e a intermediária. Para ajudar, os espanhóis exibiram afobação de forma precoce no jogo, gerando erros bobos e jogadas mais óbvias.
A Espanha também sofria por priorizar as jogadas pelo meio, em detrimento dos laterais. Iniesta tinha pouca mobilidade e David Silva desperdiçava as raras oportunidades no ataque. A primeira surgiu aos 24, em cobrança de falta. O goleiro Beiranvand defendeu com facilidade.
Cinco minutos depois, o meia do Manchester City tentou um chute meio atrapalhado enquanto girava, quase na pequena área. Mandou por cima do travessão. E, aos 46, em sua melhor chance, encheu o pé de fora da área. Mas viu a bola desviar na defesa e passar perto da trave direita do goleiro iraniano.
O Irã, estacionado na defesa, tentou lances esparsos de contra-ataque no início da partida. E, a partir dos 30, permaneceu no ataque por raros minutos, o que não foi aproveitado pela Espanha como contragolpe.
Para o segundo tempo, Hierro manteve a confiança em seus titulares e evitou mudanças. Ele quase foi premiado nos primeiros minutos, quando Piqué e Vázquez perderam grandes chances. Em uma etapa mais movimentada, o Irã buscou o ataque e quase abriu o placar aos 7, com Karim Ansarifard, dando um susto na defesa europeia.
Os espanhóis foram do susto à festa em apenas um minuto. Numa rápida trama no ataque, a bola sobrou para Diego Costa na defesa iraniana. O zagueiro tentou tirar, mas bateu em cima do atacante que viu a bola morrer no fundo das redes.
Em desvantagem, o Irã passou a buscar o ataque. Levou perigo aos 14 e até balançou as redes dois minutos depois. Mas o árbitro assinalou correto impedimento de Ezatolahi, que comemorava o gol com toda a delegação iraniana quando o lance já estava anulado.
Passado o novo momento de apreensão na defesa, a Espanha acalmou o jogo e passou a administrar a vantagem. O Irã teve mais uma boa chance de gol, aos 36, mas não converteu. E os favoritos confirmaram a primeira vitória na competição.