Tá, eu admito. Coloquei o termo genérico “escritor britânico” no título porque nem todo mundo é obrigado a conhecer o gênio contemporâneo da literatura Ian McEwan.
Mesmo que, aqui no fundo do coração, eu ache que todo mundo deveria ler McEwan, ao menos sua obra-prima Reparação. Há um filme sobre o livro, chamado no Brasil de Desejo e Reparação, com James McAvoy e Keira Knightley, mas… Leia o livro. Caso não tenha lido.
Ou leia Amsterdam, pelo qual ganhou o prêmio Man Booker, ou O inocente… Enfim, deixa pra lá.
Foi justamente essa quase obrigação de ler suas obras no Reino Unido que causou um problema particular curioso para McEwan. Seu filho Greg, ainda na escola, teve que fazer uma redação sobre um dos livros do pai, Amor sem fim, de 1997. McEwan, como bom pai, não fez o trabalho no lugar do filho, mas informou os pontos principais a serem abordados a respeito da obra. Quem seria mais indicado, certo?
Pois o trabalho de Greg, filho do autor, recebeu nota C+, conceito bem longe do A+ esperado. Ele contou a história em entrevista à revista literária Event, que teve trechos reproduzidos pelo jornal O Globo. “Eu confesso que dei a ele um tutorial e disse o que ele deveria considerar. Eu não li a redação, mas, no fim das contas, o professor discordava fundamentalmente do que ele tinha dito”, disse McEwan, que ainda lamentou a má sorte do filho. “Obrigado a ler o livro do pai dele — imagine. Coitado.”