Casos de assédio eleitoral em empresas e órgãos públicos já somam 153 registros neste ano, superando as denúncias do mesmo período de 2022, quando foram contabilizadas apenas 11.
As denúncias incluem episódios como o de uma confecção de roupas íntimas no Rio Grande do Norte, onde funcionários foram pressionados a gravar vídeos declarando apoio a um candidato local.
Segundo o Ministério Público do Trabalho (MPT), este tipo de pressão configura assédio eleitoral, quando empregadores forçam ou intimidam funcionários a votar em determinados candidatos, sob ameaça de retaliações.
O aumento significativo no número de casos tem preocupado autoridades.
Em São Paulo, uma investigação foi aberta contra a administração municipal, após denúncias de que funcionários comissionados teriam sido pressionados a participar de eventos políticos e até a colocar propaganda eleitoral em seus veículos. Situações semelhantes foram reportadas em outras regiões, como no Paraná, onde há suspeitas de que servidores públicos tenham sido coagidos a tirar férias para trabalhar em campanhas eleitorais.
Para combater essa prática, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) e outras autoridades lançaram campanhas e medidas de monitoramento. O uso de tecnologias, como robôs que identificam padrões de assédio, tem sido uma estratégia para prevenir novas ocorrências. O procurador Antônio Edílio Teixeira destacou que essas práticas afetam a liberdade do voto, representando uma forma moderna de coação eleitoral.