O presidente da ABI (Associação Brasileira de Imprensa), jornalista Maurício Azêdo, disse que houve “abuso de poder”, “coação e coerção” da Polícia Federal contra repórteres da “Veja” durante depoimento, como testemunhas, sobre reportagem que revelou supostas ilegalidades cometidas por policiais federais. “Esse episódio é muito grave”, afirmou Azêdo
O presidente da ABI ainda criticou o presidente do PT, Marco Aurélio Garcia, também assessor do presidente Lula para assuntos internacionais, “que tem manifestado opiniões contrárias ao exercício da liberdade de imprensa e estimulado, inclusive, manifestações de hostilidade, algumas de caráter físico, contra jornalistas”.
A ABI vai encaminhar expediente formal ao ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, “pedindo a apuração da denúncia e a contenção da Polícia Federal e desse delegado [Moysés Eduardo Ferreira] nos limites de sua atuações funcionais, sem esses transbordamentos que ameacem o exercício da atividade jornalística”.
A ANJ (Associação Nacional de Jornais) emitiu duas notas à imprensa em que protesta contra tentativas de cerceamento da atuação de jornalistas em São Paulo e no Paraná.
Na primeira, a entidade “protesta com veemência contra a intimidação sofrida por repórteres da revista “Veja” durante depoimento prestado à Polícia Federal para investigação interna sobre o caso da tentativa de uso de um dossiê contra o PSDB antes das eleições”.
Assinada pelo vice-presidente Júlio César Mesquita, a nota afirma que os jornalistas foram tratados pelo delegado como suspeitos e não como testemunhas, “sofreram constrangimentos e ameaças, numa evidente tentativa de intimidar o livre exercício do jornalismo”. A segunda nota critica o governador do Paraná, Roberto Requião.