O estudo publicado na revista científica Current Biology abre as portas a outras pesquisas, nomeadamente a respostas como o que leva as pessoas a preferir um alimento a outro, a desejar algo específico, ou a forma como a alimentação controla o envelhecimento.
De acordo com o estudo, os desejos durante a gravidez podem estar relacionados com as necessidades nutricionais do feto, especialmente para nutrientes como as proteínas e o sal.
“Através de uma série de experiências, os pesquisadores revelaram, pela primeira vez, que as moscas partilham de fato a tendência dos mamíferos para um consumo superior de sal durante a gravidez, e demonstraram ainda que níveis mais elevados de sal na dieta resultam num maior número de descendentes”, diz o estudo. “Verificamos que existe uma correlação direta entre a quantidade de sal na dieta e a quantidade de ovos que as moscas conseguem produzir”.
Segundo o estudo, a mosca da fruta reage como os humanos na questão do sal, uma excelente via para fazer experiências que são impossíveis de serem realizadas em humanos . O próximo passo é entender como se dá esse processo no cérebro. “Como é que o paladar do sal é controlado? O próximo passo é isso.”, disse o pesquisador e autor do artigo, o português Carlos Ribeiro .
Na pesquisa, os objetivos são perceber quais os mecanismos no cérebro que leva a esse desejo por sal, que mudanças acontecem, quais os neurônios que mudam.