A opção Pix Garantido divulgada pelo Banco Central ainda não foi oficialmente lançada. Por meio dessa modalidade, o cliente bancário terá a opção de dividir o valor em até 24 vezes pagando juros no momento da transferência ou do pagamento.
Algumas instituições financeiras já se anteciparam e estão oferecendo um serviço semelhante, o chamado Pix Parcelado. Por enquanto, os juros estão variando entre 1,6% e 2,5% ao mês. O valor mínimo de contratação é de R$ 100 e carência de até 60 dias para começar a pagar.
O diretor executivo da Associação Brasileira de Fintechs, Marcelo Martins, diz que a funcionalidade é uma espécie de empréstimo pessoal.
“O Pix Garantido é a possibilidade de você oferecer crédito no arranjo do Pix, isso está no rol do Banco Central para o começo de 2023. Aí você vai ter a mesma relação que hoje você tem no cartão de crédito, que usuário passa no restaurante e, ao invés do restaurante receber daqui a 30 dias, 60, 90, 120, se for parcelado, ele vai conseguir ter isso no arranjo do Pix, por meio do Pix Garantido. O que existe hoje é uma transação instantânea do Pix. Então não existe um crédito parcelado. O restaurante recebe imediatamente. A relação de crédito está entre o usuário e a instituição que ele tem conta. A instituição está dando como se fosse um crédito pessoal para ele ou usando um limite de cartão para ele enviar um Pix imediato”, explica.
A nova facilidade tende a aumentar o consumo, mas especialistas dizem que é preciso acender o sinal de alerta porque muitas pessoas acabam gastando mais do que tem. A dica é evitar que o Pix Garantido se transforme numa dor de cabeça, com descontrole das contas e provocando um endividamento futuro. Fábio Lins, superintendente executivo de inovação de um banco, fala sobre a importância do uso consciente para que os usuários não se deixem levar pela empolgação.
“É muito importante ficar atento à educação financeira. É uma linha de crédito, apesar de ser parcelada, que tem uma taxa de juros infinitamente menor que a de um cheque especial ou de um parcelamento de cartão de crédito, é um empréstimo, é uma operação que cobra uma taxa de juros. Então a nossa recomendação é que esse tipo de operação seja utilizada realmente em caso de necessidade, em caso de uma emergência”, pontua.
Fábio Lins acrescenta que para quem recebe há maior segurança sem risco de calote. “Para quem está recebendo é mais seguro, porque de fato esse pix está sendo feito e não há nenhuma hipótese de que ele seja cancelado, seja anulado”, explica. O Pix se tornou uma das modalidades preferidas pelos clientes de instituições bancárias por causa da facilidade do pagamento com transferência instantânea e sem custos. Apenas em seu primeiro ano mais de 104 milhões de pessoas fizeram ao menos um pagamento pela plataforma. Jovem Pan, com informações do repórter Daniel Lian