sábado, 23 de novembro de 2024
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Engenheiro apresenta estudo sobre coleta de lixo

Analisar a sustentabilidade econômica do sistema de coleta seletiva de resíduos recicláveis urbanos, com base em estudo de caso feito em Votuporanga, foi o objetivo do texto de mestrado em…

Analisar a sustentabilidade econômica do sistema de coleta seletiva de resíduos recicláveis urbanos, com base em estudo de caso feito em Votuporanga, foi o objetivo do texto de mestrado em Engenharia Civil entregue para a Saev Ambiental pelo pesquisador Glauber Cleber Toniol de Lima.

A dissertação foi apresentada ao superintendente Eng. Marcelo Marin Zeitune e ao Secretário de Meio Ambiente, Geól. Gustavo Gallo Vilela, nesta semana.

O engenheiro Lima, que é de Votuporanga, conta que “as questões ambientais têm incentivado, tanto nas empresas privadas quanto nas empresas públicas, a adoção de práticas de gestão e desenvolvimento de projetos sociais que envolvem ações de educação ambiental. No município, sabemos que a Saev Ambiental tem trabalhado neste sentido, por isso o interesse de passar a eles as considerações e números levantados pela pesquisa”.

Zeitune completa que “em 2010, Votuporanga deu um grande paço em sua luta pela preservação do meio ambiente com a conquista do Selo Verde Azul e a coleta seletiva pesou muito para que obtivéssemos este título. A nossa política de gestão de resíduos sólidos está sendo posta em prática num compromisso do prefeito Junior Marão. Implantamos o Ecotudo que veio para complementar o trabalho da Coopervinte, mas ainda temos vários outros projetos na área que beneficiarão a cidade nos próximos meses”.

A pesquisa

A dissertação de mestrado em Engenharia Civil assinada por Glauber Cleber Toniol de Lima foi apresentada e aprovada pela Unesp de Ilha Solteira no programa de Pós Graduação em Engenharia Civil na área de Recursos Hídricos com Tecnologia Ambiental.

O pesquisador montou um procedimento para analisar a sustentabilidade econômica do sistema de coleta seletiva de resíduos recicláveis urbanos, levando em conta a Coopervinte (Cooperativa de Catadores de Materiais Recicláveis de Votuporanga).

Por meio de uma pesquisa de campo, cálculos de custo e estudo das atividades da Coopervinte, ele avaliou se a coleta seletiva é sustentável economicamente ou não. De acordo com o memorial de custos do trabalho, “o valor do lucro (R$ 180.752,08/ano) é maior do que zero. Portanto, o sistema de coleta seletiva de resíduos recicláveis da cidade de Votuporanga é sustentável economicamente”.

Lima constatou que nos setores atendidos pela Coopervinte são gerados por mês 1.881 toneladas de resíduos domésticos, sendo 58 ton recicláveis que são coletados e 150 hospitalar ou industrial. O papel é o mais coletado, com média de 31 toneladas/mês. Ele afirma que se houvesse a segregação e coleta seletiva de todo o material reciclável gerado na cidade, haveria uma redução significativa nos custos da coleta regular.

Ainda segundo a pesquisa, desde 2001 vem crescendo a mobilização dos catadores de materiais recicláveis em todo o Brasil que tem provocado melhoria ambiental e superação da pobreza. “Um sistema de coleta seletiva eficaz proporciona, além da sustentabilidade econômica, outros benefícios para a sociedade em geral, tais como ambiental, educacional e social”.

O modelo sustentável de coleta seletiva proposto pelo estudo visa: crescimento econômico, subsidiar políticas públicas em programas de coleta seletiva, estratégia de mercado, gerenciamento integrado de resíduos sólidos urbanos, preservação do meio ambiente, produtividade do sistema e resgate da cidadania.

A dissertação ainda indica que o Brasil tem muito a caminhar para fortalecer e organizar a atividade. “Das 228,4 toneladas de lixo recolhidas por dia, apenas 4.290 (2%) toneladas foram separadas para coleta seletiva, de acordo com o IBGE de 2004”. Os municípios que pararam com o serviço de coleta seletiva indicam como obstáculos a falta de local adequado, má aceitação por parte da comunidade e falta de conscientização. Na Alemanha, que é exemplo mundial em gestão de resíduos sólidos, das 40 milhões de toneladas de lixo produzidas, 20,5 milhões são separadas para reciclagem.

Glauber Lima aponta também que o conceito de lixo depende do ponto de vista. “Aquele que possui uma visão inovadora ou até empreendedora pode reconhecer o lixo como um recurso ou parte de um novo produto gerador de emprego e valor econômico”. De um lado não apresenta serventia e tem o descarte como único destino. De outro lado, pode ser considerado matéria – prima para um novo produto ou processo.

Quem tiver interesse em conhecer a pesquisa, mande e-mail para glauberlima@fev.edu.br

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