Pela primeira vez a região Noroeste Paulista vai sediar um encontro de produtores de borracha natural, o evento será em Santana da Ponte Pensa, localizada a 135 quilômetros de Votuporanga. O evento será neste sábado e é promovido pela Associação dos Produtores de Borracha da cidade (Aprobon), Sebrae, Prefeitura e Cati (Coordenadoria de Assistência Técnica Integral) de Santana da Ponte Pensa.
De acordo com o presidente da Aprobon, Luiz Antônio Pelegrini, já estão confirmados 350 produtores e 12 expositores, entre viveiristas e usineiros. Um dos viveiristas que vai expor suas mudas na feira é também heveicultor de Votuporanga, Flávio de Freitas Paranhos.
Envolvido com a cultura há nove anos, Paranhos conta que a plantação é tradição familiar, e que seu pai lida com seringueiras desde 1982. “É um investimento a longo prazo”.
Uma cultura nova no país que está ganhando cada vez mais espaço na região, o plantio de seringueira oferece um bom retorno financeiro quando apresentar boa manutenção. “Muita gente tem dificuldade com os tratos culturais adequados. O encontro será legal porque vai ensinar e esclarecer algumas dúvidas desde o plantio até a manutenção da seringueira”, complementa Paranhos.
O produtor conta que é necessário paciência para atingir o lucro do produto. “Podemos começar a sangrar a partir do sétimo ano da árvore. Ela precisa alcançar os 45 centímetros de diâmetro para começar a sangria. Algumas não atingem essa medida no sétimo ano, até o décimo ano é provável que inicie o processo”, explica.
Quanto ao retorno financeiro, Paranhos garante que o investimento é recompensado com o passar desse tempo. “Uma árvore produz oito quilos e meio de coágulo (borracha natural) por ano, e cada quilo é vendido a R$ 1,90”, calcula. Portanto, se cada alqueire tem mil árvores plantadas, o lucro anual gira em torno dos R$ 16 mil, sendo que o parceiro (nome dado ao funcionário que faz a sangria) tem o direito de 30%, restando cerca R$ 11 mil ao heveicultor. A área de plantação de Paranhos é de 25 alqueires.
Como podemos perceber, é uma cultura sustentável, basta investir. “É muito satisfatório. Um parceiro é capaz de cuidar de três alqueires, ele sangra no mínimo 600 árvores por dia, sendo que ela é trabalhada a cada quatro dias. O custo para a manutenção é pequeno e o preço de venda do quilo do coágulo deve subir bem nos próximos três ou quatro anos”, estima. Paranhos também explica que uma outra vantagem da região é o clima.