Em Paranapuã aproximadamente 200 mulheres da região compareceram à reunião
O primeiro Encontro de Mulheres Ligadas ao Campo aconteceu no último dia 29, em Paranapuã. O evento contou com a participação de mais de 300 pessoas, sendo aproximadamente 200 mulheres da região. A organização ficou a cargo da Prefeitura, através da Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente.
Projeto Mulheres em Ação
O Encontro de Paranapuã marcou o inicio do “Projeto Mulheres em Ação” na região. Criado pela Faculdade Francisco Maeda (FaFRAM) de Ituverava, o Projeto têm como objetivos:
. Conhecer a realidade das mulheres relacionadas com usuários de agrotóxicos;
. Obter informações a respeito do seu envolvimento com a lida no campo, dando ênfase às relações muitas vezes existentes, com o armazenamento, transporte, lavagem do EPI ou manuseio direto ou indireto com agrotóxicos;
. Conhecer um pouco da relação familiar X uso de agrotóxicos, promovendo um maior envolvimento familiar com o assunto;
. Levar informações de um modo direto e objetivo a esta população feminina: Promover cursos profissionalizantes de informática, culinária; palestras educativas sobre os sete hábitos de segurança, sobre o perigo das zoonoses, e sobre os direitos da mulher.
. Através da conscientização dessas mulheres, criar multiplicadoras que poderão conscientizar seus familiares e amigos.
. Monitorar a eficiência deste projeto através do Método FAFRAM (Pereira, 2004).
As estratégias de ação do Projeto estão fundamentadas na participação das mulheres ligadas ao campo:
1. Público alvo: mulheres (esposas, mães, irmãs ou filhas) de aplicadores e proprietários agrícolas.
2. Convite às mulheres para participação do projeto, com o auxílio da prefeitura (Secretaria do Bem Estar Social, Secretaria da Agricultura), do Sindicato Rural e entidades de bairro e religiosas etc.
3. Elaboração de um folder sobre o assunto.
4. Realização de um encontro “Mulheres em ação” com a apresentação dos seus objetivos, ensinando os 7 hábitos de segurança, sempre dando ênfase ao perigo e às conseqüências do mau uso dos agrotóxicos que normalmente poderiam ser evitados ou fiscalizados pelas próprias mulheres.
5. Aplicação de um questionário (Pré-teste) antes do encontro.
6. Definição do perfil destas mulheres e eficiência do encontro.
7. Aplicação de um questionário (Pós-teste) depois do encontro. Avaliação das Mudanças.
8. Envolvimento social.
O projeto está sendo implantado em três regiões do Estado: Apiaí, Ituverava e Jales, com a participação de 9 estagiários (alunos da FaFRAM) e visa atingir 400 mulheres em cada região.
A escolha das mulheres é feita observando-se aquelas que tenham ligação com o campo: esposas, mães, irmãs ou filhas de aplicadores e proprietários agrícolas.
Participação de Jales
Mulheres de vários municípios participaram do encontro. A participação de Jales foi organizada pela Secretaria Municipal de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Meio Ambiente que levou 15 mulheres.
Na avaliação delas, o evento foi muito importante e deve ser repetido, pois os temas são interessantes e permitem melhorar a qualidade de vida no campo. O intercâmbio e troca de experiências também foram pontos positivos.
O secretário Nilton Marques informou que, na avaliação da administração municipal de Jales, o evento vem de encontro à questão da saúde do trabalhador e ambiental, explorando a educação como arma para enfrentar o problema. Mais uma vez, segundo ele, a mulher tem o reconhecimento como base da família e como peça fundamental para corrigir e enfrentar a utilização inadequada dos defensivos agrícolas.
O projeto é realizado pela FaFRAM em parceira com a FMC(Empresa de Defensivos Agrícolas), ANDEF (Associação de Defesa Vegetal), FETAESP (Federação dos Trabalhadores da Agricultura do Estado de São Paulo).
A coordenação do Projeto é realizada por duas docentes da Fafram: Profª Regina Eli de Almeida Pereira e Margareti Aparecida Stachissini Nakano, sendo esta última com família residente em Paranapuã. Enviado por Bruno Guzzo