sábado, 23 de novembro de 2024
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Empresário desabafa contra cobrança de taxa em Votuporanga

Mais um empresário votuporanguense foi às redes sociais para desabafar sobre as medidas adotadas pela Prefeitura em relação à pandemia de coronavírus. Leopoldo Monteiro, proprietário do Mototáxi São Paulo, se…

Mais um empresário votuporanguense foi às redes sociais para desabafar sobre as medidas adotadas pela Prefeitura em relação à pandemia de coronavírus. Leopoldo Monteiro, proprietário do Mototáxi São Paulo, se revoltou com a chegada do boleto para o pagamento da taxa de alvará de funcionamento do seu estabelecimento, enquanto está impedido de trabalhar há mais de um mês.

A taxa, com vencimento para o próximo dia 15, chegou ontem pelos Correios, já a resposta da Prefeitura a um ofício encaminhado por ele pedindo a retomada das atividades, mesmo com medidas de higienização e controle, não foi enviada até hoje.

“Mandei um ofício para a Prefeitura pedindo para voltarmos ao trabalho, esterilizando os capacetes, adotando medidas de segurança, mas com eles não teve conversa. Agora para mandar carnê de cobrança eles não pensam duas vezes. Poxa, entendemos os riscos, mas vamos pelo menos estudar alguma alternativa para deixar o povo trabalhar”, disse o empresário em entrevista ao jornal A Cidade.

Segundo Leopoldo, 30 motoqueiros e duas secretárias de sua empresa estão impedidos de trabalhar há mais de 30 dias. Alguns deles estão literalmente passando fome e outros chegaram a vender as motocicletas para comprar comida.

“Ontem mesmo nós fizemos vaquinha para comprar um botijão de gás para um dos motoqueiros, cada um dando R$ 2, R$ 5, pois é o que estamos tendo. Dois já tiveram que ‘queimar a moto’ que valia R$ 5 mil, R$ 6 mil e vender por R$ 2 mil para comprar comida. Estamos vivendo de algumas entregas, mas nem isso está tendo mais, pois as empresas também estão economizando e colocando pessoas da família para entregar. Enquanto tudo isso está acontecendo, eles estão preocupados apenas em receber as taxas”, completou.

O boleto, no valor de R$ 368,32, ainda traz em seu bojo a informação em caixa alta: ‘NÃO RECEBER APÓS O VENCIMENTO’.

“É revoltante. Eles querem receber em dia, mas não nos deixam trabalhar. Se estivesse todo mundo parado a gente até entenderia, mas não, parece até discriminação. Ou para todo mundo ou não para ninguém. Precisamos trabalhar”, concluiu.

Repercussão

O desabafo do empresário gerou repercussão nas redes sociais. Revoltados, os internautas cobraram um posicionamento da Prefeitura, que não se manifestou até então.

“O meu também chegou, como pagar sem trabalhar? Fica difícil, né. O povo não pode trabalhar, e a Prefeitura pode ou também estão parados?”, questionou Silvia Silva. “Um absurdo”, completou Elisa Cristina. “Uma vergonha a população tinha que se unir e parar de pagar tudo”, concluiu Arlei José.

O impedimento

Os mototaxistas votuporanguenses estão impedidos de trabalhar desde o dia 22 de março, quando o prefeito João Dado editou o primeiro decreto de contenção ao avanço do coronavírus em Votuporanga. Desde então diversos outros decretos de flexibilização foram editados, mas em nenhum deles a classe foi incluída.

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