Enquanto muitas empresas estão adotando práticas como “short friday” e “workation”, uma inovação na China tem ganhado destaque: a “licença por infelicidade”. Essa política permite que os funcionários tirem um dia de folga quando se sentirem estressados ou desanimados, sem precisar da aprovação da liderança.
Implementada por Yu Donglai, fundador da rede de varejo Pang Dong Lai, a licença é limitada a 10 dias por ano. “Quero que todos os funcionários tenham liberdade. Se você não estiver feliz, não venha trabalhar”, declarou Yu durante a China Supermarket Week 2024.
A proposta visa promover um melhor equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Na empresa de Yu, a carga de trabalho é de sete horas diárias, com fins de semana livres e entre 30 e 40 dias de férias anuais. Além disso, a rede introduziu um “Prêmio de Reclamação”, recompensando funcionários que enfrentam situações difíceis com clientes, com valores entre 5 mil e 8 mil yuans (R$ 3,8 mil a R$ 6,2 mil).
Yu acredita que essas medidas contribuem para um ambiente de trabalho saudável e, como resultado, menos de 5% dos funcionários deixam a empresa anualmente. Ele enfatiza que o foco não é o crescimento, mas o bem-estar dos colaboradores, apesar de ser apelidado de “chefe mais idiota da China” por suas abordagens inusitadas.
De acordo com especialistas brasileiros entrevistados pelo G1, a iniciativa é um ótimo início para criar um ambiente de engajamento entre os funcionários, mas não pode ser uma ação isolada. Não adianta dar folgas para o funcionário que está mal, em tempo que o que o adoece é um ambiente de trabalho tóxico com uma liderança que não entende o que é gerir pessoas. Como apontado pelo veículo, o benefício de licença infelicidade é uma inovação, mas pode não ser visto como a solução dos problemas de engajamento e saúde mental dos funcionários.