A empresa Persona, Capacitação e Assessoria Ltda, a única que compareceu para efetuar um processo seletivo (por meio de um concurso público), pediu R4 139 mil à Prefeitura de Fernandópolis. Depois das investigações do Gaeco- Grupo de Repreensão ao Crime Organizado, a administração suspendeu o contrato e procura outra empresa para formalizar o processo para várias vagas da administração direta (médio e superior). No entanto, a Prefeitura encontra dificuldade para encontrar uma empresa. As de renomes rogam até R$ 1,5 milhão, com mais de 100 mil inscrições.
Segundo as investigações, uma empresária e vereadora de Pradópolis, região de Ribeirão Preto, era a “cabeça” do grupo criminoso, por meio de uma empresa , sediada em Ribeirão Preto. A empresa era designada para participar de licitações fraudulentas, as quais redundavam ora na contratação, por Prefeituras e Câmaras Municipais, ora de sua empresa, ora de empresas de pessoas ligadas a ela, como a Absoluta Assessoria e a Persona Capacitação (de Ribeirão Preto e Fernandópolis, respectivamente). Ela indicaria os nomes das empresas para participarem das licitações, as quais eram contratadas tanto para a realização de concursos públicos (seleção de pessoal), como para a prestação de serviços de assessoria (como a implantação do plano municipal de educação, alteração de estatuto de servidores, assessoria administrativa perante o Tribunal de Contas etc.). Como as licitações eram dirigidas, não havia concorrência de fato, já que apenas se revezavam as empresas pertencentes ao grupo ligado à mentora do esquema. O rodízio de empresas permitia que o grupo não despertasse atenção dos órgãos de controle e fiscalização.
Em um segundo momento, as empresas vencedoras dos certames promoviam concursos e processos seletivos nos órgãos públicos. Nesses concursos, eram aprovadas e contratadas pessoas previamente indicadas e apontadas por servidores públicos. Para essas fraudes, as empresas e seus cúmplices se valiam de variados meios, desde a substituição das provas e gabaritos até a simples alteração descarada da listagem de notas e classificação final dos candidatos.
Em vários casos, descobriu-se que a vereadora de Pradópolis repassava parte do valor dos contratos que sua empresa recebia para servidores públicos – prova clara de corrupção de agente público e de superfaturamento no valor das contratações. As investigações revelaram, inicialmente, fraude no concurso público 01/2014 da Câmara Municipal de Mineiros do Tiete; concurso público 01/2014 da Câmara Municipal de Santa Ernestina; concurso público 01/2014 e processo seletivo 02/2014 da Prefeitura Municipal de Jaboticabal e concurso público e processo seletivo 01/2015 da Prefeitura Municipal de Ipuã. As investigações apuram valores entre R$ 2 e R$ 3 milhões com as eventuais fraudes.
Fonte: Ethosonline