sexta-feira, 20 de setembro de 2024
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Empreiteiras são maiores doadoras em campanha

Empreiteiras de diversos Estados do País foram as principais doadoras das campanhas vitoriosas ao Congresso Nacional entre as empresas cujo ramo de atividade pode ser identificado nas prestações de contas…

Empreiteiras de diversos Estados do País foram as principais doadoras das campanhas vitoriosas ao Congresso Nacional entre as empresas cujo ramo de atividade pode ser identificado nas prestações de contas dos eleitos entregues à Justiça Eleitoral. No total, 254 deputados e 15 senadores declararam terem recebido ao menos R$ 24,1 milhões desse setor.

Na Câmara, 513 deputados receberam alguma quantia de construtoras e no Senado, foram 27 os contemplados, segundo informações do jornal Folha de S.Paulo. Os números mostram preferência das empreiteiras por três siglas: PMDB, PT e PSDB, que formarão as maiores bancadas da Casa a partir do ano que vem. Os eleitos por essas siglas receberam cerca de R$ 12 milhões das construtoras.

Entre as empreiteiras que mais desembolsaram, destacam-se a Camargo Corrêa (R$ 2,2 milhões), a Construtora OAS (R$ 1,9 milhão) e a Barbosa Melo (R$ 1 milhão). A maioria dos deputados que recebeu dinheiro da OAS é de São Paulo.

Na Câmara, dos 513 eleitos, 18 não prestaram contas ao tribunal. No Senado, todos os 27 senadores entregaram os relatórios. Segundo o TSE, entretanto, qualquer dado ainda pode ser corrigido ou somado. De acordo com os dados fornecidos pelo TSE, os 495 deputados eleitos que prestaram contas informaram terem arrecadado um total de R$ 249 milhões. No Senado, os 27 que assumem mandato no ano que vem disseram ter recolhido R$ 37,4 milhões.

Outros doadores majoritários foram mineradoras, metalúrgicas, siderúrgicas, bancos, petroquímicas, usinas de álcool e açúcar, empresas ligadas ao agronegócio e pecuária, além da Bolsa de Valores de São Paulo.

As mineradoras investiram ao menos R$ 8 milhões, com destaque para subsidiárias da Vale do Rio Doce -Caemi, Urucum e Mineradoras Brasileiras Reunidas – que, juntas, financiaram parte das campanhas de 51 deputados e três senadores, com investimento de R$ 6,8 milhões. A Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração doou R$ 1,1 milhão para 12 deputados e dois senadores. A CSN doou R$ 500 mil ao ex-ministro Ciro Gomes (PSB-CE).

As siderúrgicas identificadas desembolsaram R$ 10,4 milhões na eleição de parlamentares. Os maiores financiadores nessa área foram o grupo Gerdau, com R$ 2,4 milhões, e a Belgo, com R$ 1,1 milhão. Uma das maiores contribuições individuais foi a da empresa Centroalcool para o deputado Roberto Balestra (PP-GO). Ele recebeu R$ 1,1 milhão. Balestra é agropecuarista e até fevereiro deste ano foi secretário de Agricultura de Goiás.

O levantamento identificou um total de R$ 33,5 milhões repassados para os congressistas eleitos por meio de comitês financeiros ou diretórios partidários. Esses dados não são abertos na contabilidade dos parlamentares e constam apenas da prestação isolada de cada comitê.

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