Mãos e pernas inquietas. Ansiedade. Alegria. Saudade. Emoção. Ao lado do irmão Mateus Carlos Pereira Brito, de 18 anos, Beatriz Pereira de Brito, de 11 anos, aguarda sua mãe Isaura Santos Pereira de Brito na pracinha da Santa Casa de Votuporanga.
Isaura está na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), após sentir falta de ar. Como Beatriz é menor de idade, ela não podia visitar sua mãe a UTI, normas do Hospital que levam em conta a segurança do paciente, a Psicologia Hospitalar e a humanização. Entretanto, o médico dr. Lucas Amaral Emidio, atendeu o pleito da adolescente e possibilitou o reencontro na pracinha. A emoção de reencontrar sua mãe após 38 dias tomou conta, ao olhar Isaura debilitada, de cadeira de rodas. O beijo, o abraço demorado e a sensação de “não estar no Hospital” marcaram a visita especial. A mãe estava devidamente acompanhada de fisioterapeuta, enfermeira, assistente social e do próprio Dr. Lucas. Mas para as duas, não existia mais ninguém. O carinho, o diálogo e a fé de que a família irá se encontrar em casa. “Sinto muito sua falta, mãe”, afirmou a filha.
Beatriz estava radiante. “Estou muito feliz. Eu pedi muito para ver minha mãe, antes mesmo dela ir para UTI. Mas nos quartos, a visita só é permitida a partir dos 12 anos. Quando meu irmão falou que o caso dela era grave, insisti ainda mais para estar com ela”, disse a adolescente.
Mateus era o porta-voz da irmã. “Eu venho para o Hospital todo dia. Acompanho tudo, converso com os médicos e tenho certeza de que minha mãe irá melhorar”, falou. Quem viu o sorriso de Isaura, não tem dúvidas.
A gerente de enfermagem da Unidade de Terapia Intensiva, Amanda Maris Borssoni Saura da Costa, destacou a importância da iniciativa. “O adoecimento e a necessidade de hospitalização em UTI desencadeiam uma série de reações emocionais no paciente e em sua família, como tristeza, ansiedade e medo. O ambiente não é favorável para os menores de idade, por isso escolhemos a pracinha da Instituição. A visita de Beatriz trouxe alegria e sentimento de esperança para Isaura, representando um elo deste com o mundo externo”, ressaltou.
O provedor da Santa Casa, Luiz Fernando Góes Liévana, enalteceu a iniciativa. “Nosso Hospital busca humanização a todo instante e essa ação representa muito bem essa missão. O médico e a equipe da Unidade de Terapia Intensiva foram empáticos, se colocaram no lugar da filha e não mediram esforços para que o reencontro acontecesse. Parabéns a todos os envolvidos, pelo acolhimento e cuidado”, finalizou.