No último dia de campanha eleitoral no país, o debate da Rede Globo com os candidatos à prefeitura de São Paulo foi palco de ataques ao prefeito Fernando Haddad (PT), candidato à reeleição.
João Doria, que lidera as pesquisas, foi poupado, enquanto Marta Suplicy voltou a ser criticada por fazer parte do PMDB, partido do presidente Michel Temer.
Marta abriu o bloco de debates, com tema livre, atacando Haddad. Ela escolheu Doria para conhecer a proposta do candidato para a periferia, já que, segundo ela, o atual mandatário “virou as costas para a cidade”.
Doria aproveitou para dizer que o petista “prometeu muito e entregou pouco”. Os dois passaram a enumerar obras não realizadas por Haddad e disseram que vão concluí-las.
Russomano escolheu debater políticas para pessoas com deficiência com Erundina, que não perdeu a chance de alfinetar Doria. Ao apontar suas propostas para este público, a deputada federal citou “um candidato entre nós que ameaçou acabar com a secretaria”.
– Isso é insensibilidade, um retrocesso – defendeu Erundina.
No início da campanha, ao prometer reduzir o número de secretarias da administração pública, Doria disse que, se eleito, acabaria com a Secretaria de Pessoa com Deficiência. Com as críticas, já no dia seguinte, o tucano voltou atrás e disse que manteria a pasta.
Ela pediu que Marta comentasse sobre a reforma do Ensino Médio, proposta, nas palavras dela, pelo “presidente ilegítimo, seu presidente”.
Ao que Marta explica que debateu o tema no Senado com especialistas e diz que, “em linhas gerais, as medidas são interessantes”, Erundina pergunta “de que especialistas a candidata está falando” e critica a medida provisória.
Haddad escolhe Russomano para debater o transporte público e volta a ser criticado por propor frotas renovadas à população e novos corredores de ônibus. O candidato do PRB diz que o prefeito deveria pensar mais em descentralizar o município e levar empresas para as periferias, baixando impostos nessas regiões mais afastadas. Haddad acusou Rossomano de e4star mal informado ao explicar que as empresas da Zona Leste já não pagam IPTU e ISS.
Doria e Olimpio falaram de propostas para a Saúde e o candidato pelo SD criticou a atuação de Haddad na área, mas também aponta que “a gestão do Estado é horrível”, fazendo uma referência ao governador Geraldo Alckmin, do mesmo partido de Doria.
Olimpio fechou o primeiro bloco de debates questionando Haddad sobre o suposto pagamento de dívidas da sua campanha de 2012, no valor de R$ 2,6 milhões, proveniente de propinas da Petrobras. O petista lembrou que houve corrupção em outros governos, como o do Kassab, “que está agora com a Marta”, e que teve suas contas aprovadas pela justiça eleitoral “sem ressalvas”.
Kassab, atual ministro da Ciência e Tecnologia, Inovações e Comunicações, foi prefeito de São Paulo e pertence ao mesmo partido do vice de Marta, Andrea Matarazzo (PSD).
Em queda nas pesquisas, Russomanno subiu o tom contra Fernando Haddad. Ao ser questionado pelo petista sobre propostas para a saúde, o deputado federal disse que Haddad não cumpriu nem metade daquilo que prometeu.
– Tudo o que você prometeu você só entregou 49%. O que faltou ser terminado eu vou terminar, porque não se para obra em andamento. Agora eu vou fazer saúde de verdade. Vamos informatizar a saúde. Você começou esse processo e não terminou. Vamos fazer funcionar – prometeu o candidato do PRB.
No segundo bloco do debate, Luiza Erundina continuou não poupando o líder nas pesquisas. Doria defendeu a utilização de recursos do setor privado para melhorar a iluminação pública na cidade. A deputada federal rebateu dizendo ser ““incrível” a preferência do tucano pela privatização e chamou suas atividades de “lobistas”, criticando ainda um dos lemas da campanha do tucano, que se coloca como gestor e não político. Doria rebateu a psolista dizendo que é “empresário, gestor e trabalhador” e que fez tudo com “decência”.
– Tenho respeito pela sua trajetória, mas eu sou diferente de você. A minha é moderna, atual, transformadora.