sábado, 21 de setembro de 2024
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Em ofício, prefeito omite a palavra ‘dinheiro’

O prefeito Afonso Macchione Neto (PSDB) omitiu em ofício enviado a Marcos Crippa (PTB) o fato de ter usado a expressão “dinheiro” durante a entrevista concedida à Rádio Jovem Pan,…

O prefeito Afonso Macchione Neto (PSDB) omitiu em ofício enviado a Marcos Crippa (PTB) o fato de ter usado a expressão “dinheiro” durante a entrevista concedida à Rádio Jovem Pan, na última quarta-feira, dia 22.
No documento, Macchione relata apenas que pediu apoio e que não “distribuiria nada para ninguém” em troca de suporte político. “Em entrevista, ao vivo, concedida por minha pessoa à Rádio Jovem Pan, desta cidade, em determinado ponto, disse que precisava de um pouco mais de colaboração e, ainda, que não vou distribuir nada para ninguém, pois minha intenção é fazer tudo para o Município de forma coletiva”.
Na entrevista, o prefeito, notadamente alterado, declarou: “Eu preciso de um pouco mais de colaboração de quem tem que colaborar e não estou tendo, a gente não está tendo essa colaboração, infelizmente. Será que tem que ficar distribuindo dinheiro pra ter essa colaboração. Se for vou continuar sem ter colaboração. Não vou distribuir nada para ninguém”.
Outro ponto conflitante no documento dirigido ao chefe do Legislativo é quando Macchione diz que não se referiu em momento algum aos vereadores.
O fato é que, quando o prefeito disse “Eu preciso de um pouco mais de colaboração de quem tem que colaborar e não estou tendo”, ele não explicou quem seriam essas pessoas que “teriam que colaborar” e não estariam colaborando. Outra discordância é apontada no item quatro do referido ofício, quando Macchione alega que, quando falou de dinheiro referia -se à situação criada em torno do Fundeb. “Quando em determinado ponto da entrevista disse que não ia distribuir nada para ninguém, uma vez pretendo fazer tudo para o Município de forma coletiva, pensava, naquele momento, na situação instalada com relação à gratificação do Fundeb”.
Na matéria realizada, o assunto do bloco em que determinada declaração aconteceu era a impossibilidade de instalação do aterro sanitário na Estrada Municipal Salvador Beneduzzi, continuação da Avenida Palmares. O assunto Fundeb foi abordado no primeiro bloco do programa e não no terceiro como argumentou Macchione.
Ao final do ofício, o item cinco diz que “se houve interpretação equivocada da minha fala, desejo que pela presente os fatos fiquem esclarecidos”.

Confira transcrição da entrevista

Confira trecho da entrevista exibida na quarta-feira, terceiro bloco da participação do prefeito e, que foi ao ar às 7h41:
“(…) Edinho – Tem que existir uma, porque não dá pra imaginar para a coleta de lixo das casas porque não tem onde jogar. Agora a grande preocupação das pessoas que moram próximo a essa área onde seria construído o aterro é a situação do atual lixão se repetir no novo local. Que seria o odor, presença de urubus, enfim uma situação desconfortável. Essa situação não existe por causa do novo sistema?”.
Macchione – “Exatamente, nós dissemos várias vezes, essa é uma situação que se levantou sem a mínima necessidade. Ninguém vai ser prejudicado. A área atende perfeitamente, tecnicamente, tenho certeza que os órgãos ambientais estarão aprovando essa área, ela está totalmente dentro das normas técnicas. E os atuais aterros sanitários, Edinho, você nem vê o lixo, você entra num lugar desses, um aterro sanitário dentro das normas, é como se fosse em um jardim. Todo gramado, só tem uma boca de descarga, todo dia a todo momento é aterrado, não fica lixo exposto, não terá urubu, não terá catadores de lixo, não tem isso. E no momento que o aterro começar a se formar, vão se plantando arvores ao seu entorno, não tem odor, não tem absolutamente nada, Edinho. Eu posso dizer porque essa é minha área de atuação, é a minha especialidade no ramo da engenharia. O subsolo é protegido por uma manta de PHD, não tem problema nenhum. Criou-se uma celeuma, nós sabemos porque, não é o caso ainda, mas poderemos no futuro até dizer porque está se colocando essa situação, quem é que está se sentindo prejudicado por esse problema? Eu acho que não é nem esse o momento, mas vamos seguir com a possibilidade e ver até onde vai chegar. Se daqui a pouco não tivermos mais condições ou a Cetesb vier aqui e falar assim: chega, aqui não se coloca mais lixo, nós não vamos coletar o lixo, infelizmente, vamos chamar a população pra decidir porque vai ficar na rua, o que nós vamos fazer se não temos onde colocar? E não é um problema que eu criei, é um problema que existe no município desde que o Município foi criado. Agora estou procurando uma solução, preciso que todos tenham bom senso, que todos busquem o bom senso, que todos nos ajudem a arrumar uma solução e não criar só problema porque o que eu estou vendo é que todos estão só criando problema e que ninguém está ajudando. E também não sei viu, Edinho, puxa nós estamos fazendo uma administração tão transparente, uma administração com dedicação de corpo e alma. Nós não estamos fazendo outra coisa na vida a não ser administrar Catanduva procurando o melhor pra cidade e é cada picuinha que se cria, cada coisinha tão…, olha não sei, não sei o que está acontecendo. Quer dizer, até sei, né, mas vamos fazer de conta que a gente não sabe o porquê de tanta dificuldade, de tantas pedras no nosso caminho. Se querem a minha cabeça é fácil, é só chegar e falar: Afonso, você já foi longe demais, é chato demais, exigente de mais, não dá, eu pego meu boné e vou para casa”.
Edinho – “O senhor fala em picuinha política?”
Macchione – “Política, tudo factóide político, as pessoas querem que eu seja mais político. Ser político é ceder, ceder, dar é beneficiar individualmente. Não é esse o meu espírito, meu espírito é beneficiar coletivo. Eu não tenho o dom para ficar passando a mão na cabeça das pessoas, ficar agradando, alisando, não sou disso. Fui colocado a julgamento da população e ela me aceitou, naquele momento, e eu não fui diferente, fui do jeito que sou e acho que tenho desenvolvido um trabalho a contento. Em 32 meses abrimos 180 licitações, que dão uma média de 6 intervenções por mês, uma e meia por semana, mais de 50 praças, 30 quilômetros de recape, 16 quilômetros de emissários quando se falava no passado em alguns metros, nós estamos falando de quilômetros, 7 quilômetros de retificação de córregos, pontes, 10 quilômetros de asfalto. São números jamais vistos na cidade, estamos adequando a educação investindo 30% na educação, 20% na saúde quando o que é preconizado é 15%. Estamos investindo em cultura, nós nunca tivemos cultura nessa cidade, ou alguém me diz o contrário. Aquela Estação Cultura está bombando, recebe mil pessoas. A Celt está bombando e o prédio da assistência social está atendendo toda comunidade. Eu precisa de um pouco mais de colaboração de quem tem que colaborar e não estou tendo, a gente não está tendo essa colaboração, infelizmente. Será que tem que ficar distribuindo dinheiro pra ter essa colaboração. Se for vou continuar sem ter colaboração. Não vou distribuir nada pra ninguém (…)”.

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