As eleições diretas para a escolha dos dirigentes das escolas foram defendidas na manhã de hoje (16) por participantes da 1ª Conferência Nacional da Educação Básica (Coneb). O professor da Universidade Federal de Goiás Luiz Fernandes Dourado levantou a questão durante a abertura dos trabalhos no terceiro dia de evento.
“Ela [a eleição para diretores] é crucial para o processo de gestão democrática. A eleição por si só não pode ser responsabilizada pela democratização da gestão, mas, para que a gestão democrática aconteça, a eleição de diretores é imprescindível”, defendeu.
A senadora Ideli Salvati (PT-SC), que também participou da conferência, é autora de um projeto de lei que regulamenta, entre outras questões relacionadas à gestão democrática, a eleição de diretores em toda as escolas do país. O projeto tramita na Comissão de Educação do Senado.
Segundo Ideli, apesar de não haver uma legislação que regulamente o processo eleitoral, muitos estados e capitais já adotam o sistema. “É algo extremamente viável e adequado, porque acaba sendo uma espécie de laboratório que permite que as nossas crianças e adolescentes vivam na questão da direção da escola aquilo que eles vão ter que praticar depois na escolha dos seus governantes”, avaliou.
De acordo com a senadora, a proposta ainda encontra resistência no Congresso Nacional. “Criou bastante polêmica, porque há uma preocupação a respeito do risco de partidarização ou cooptação. Mas isso é uma situação que os adolescentes vão viver na vida real quando tiverem que escolher os seus representantes. Nada melhor do que viver e debater nas escolas”, reforçou.