Milhares de vacinas experimentais contra o vírus ébola, desenvolvidas pelas companhias britânica GSK e norte-americana NewLink Genetics, deverão estar disponíveis no início de 2015, informou hoje a Organização Mundial da Saúde (OMS).
“A GSK deverá ter 10 mil doses disponíveis no início do próximo ano”, informou Marie-Paule Kieny, subdiretora-geral da OMS, em entrevista hoje (26) em Genebra.
“A NewLink Genetics, que doou cerca de mil doses à OMS, deverá dispor de alguns milhares mais de vacinas nos próximos meses”, acrescentou a subdiretora.
No que se refere ao soro ZMapp, que não passou por ensaios clínicos mas que foi administrado a muitas pessoas infectadas pelo vírus, os estoques estão esgotados no mundo inteiro.
“Algumas centenas de doses” do soro, de acordo com Marie-Paule, deverão estar disponíveis até o fim do ano, mas não serão suficientes para ter grande impacto sobre a epidemia.
Não existe uma vacina ou tratamento específico homologado contra o ebola.
A OMS autorizou neste mês a utilização de terapias à base de sangue, como os soros convalescentes, nos países afetados.
“A transfusão de sangue foi iniciada em pequena escala”, disse Kieny, lembrando que a OMS espera que o número de transfusões aumente no início do próximo ano.
“A mobilização vai permitir o desenvolvimento de vacinas e medicamentos promissores”, destacou. Para ela, ninguém sabe ainda se dará resultado.
A representante da OMS acrescentou que o problema principal não é a falta de medicamentos na atual crise. “O problema principal é a fragilidade dos sistemas de saúde”.
O ebola, altamente contagioso, já deixou quase 3 mil mortos e mais de 6 mil pessoas estão infectadas, sobretudo na Guiné-Conacri, Libéria e em Serra Leoa.
A OMS advertiu que a epidemia está em uma espiral de “crescimento explosivo” e poderia, na ausência de reforços significativos dos recursos utilizados, contaminar 20 mil pessoas até novembro.